O primeiro-ministro catari afirmou que Benjamin Netanyahu "matou qualquer esperança" de libertar os reféns israelenses que permanecem em Gaza ao ter levado a cabo um ataque contra membros do Hamas no Catar.
"Penso que o que Netanyahu fez ontem acabou com qualquer esperança para os reféns", declarou Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani em entrevista à CNN internacional nesta quarta-feira (10).
O líder do Catar classificou o ataque mortal na capital, Doha, como um ato de "terrorismo de Estado".
"Ele precisa ser levado à Justiça", disse al-Thani sobre o primeiro-ministro de Israel.
O ataque de terça-feira (9) matou seis membros do Hamas que estavam negociando um acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA e outros países do Golfo.
Netanyahu respondeu às críticas internacionais pelo ataque, acusando o Catar de abrigar terroristas e sugerindo que Israel poderia repetir os ataques no futuro.
"Digo ao Catar e a todas as nações que abrigam terroristas: ou vocês os expulsam ou os levem aos tribunais. Porque se não o fizerem, nós o faremos."
Na entrevista à CNN, Al-Thani acusou Netanyahu de "desperdiçar" o tempo do Catar ao acolher as negociações entre Israel e o Hamas e disse que o seu país iria reavaliar "tudo" sobre o seu papel de mediador no conflito.
"Estive reunido com uma das famílias dos reféns na manhã do ataque", disse al-Thani.
"Eles estão contando com esta mediação [de cessar-fogo]. Não há outra esperança".
O Catar, aliado próximo dos EUA, tem sido o anfitrião das negociações destinadas a alcançar um cessar-fogo em Gaza. No momento do ataque, os líderes do Hamas estavam reunidos para discutir uma nova proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Em uma publicação nas redes sociais, Trump garantiu que não teve qualquer papel no ataque. "Esta foi uma decisão tomada pelo primeiro-ministro Netanyahu, não foi uma decisão tomada por mim."
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