O Brasil registrou 533.420 casos prováveis de dengue nas 10 primeiras semanas epidemiológicas de 2025, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. No mesmo período, 252 mortes foram confirmadas, e outras 561 estão em investigação.
O número representa uma queda de 73% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 1.971.205 casos prováveis da doença.
Os dados deste ano abrangem o período de 29 de dezembro de 2024 a 8 de março de 2025. O coeficiente de incidência da dengue no país nesta 3ª feira (11.mar.2025) é de 258,4 casos para cada 100.000 habitantes.
O Ministério da Saúde informa que os dados disponíveis no painel são preliminares e podem ser alterados.
A dengue é transmitida pelas fêmeas do mosquito Aedes aegypti, também responsável pela disseminação dos vírus da zika e chikungunya.
O vírus da dengue tem 4 sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que, no geral, causam os mesmos sintomas, embora os sorotipos 2 e 3 sejam considerados mais virulentos por se espalharem com mais facilidade.
Cada pessoa pode ser infectada até 4 vezes, uma para cada tipo de vírus, pois a imunidade adquirida depois da infecção é específica para o sorotipo contraído. Depois de uma nova infecção por outro sorotipo, o risco de desenvolver formas graves da doença aumenta.
O ciclo de transmissão se inicia quando o mosquito pica uma pessoa infectada. O vírus se instala nas glândulas salivares do inseto, que se torna capaz de transmitir a doença. O Aedes aegypti vive por cerca de 30 dias.
Uma fêmea passa por 3 ciclos reprodutivos. Em cada ciclo, ela pode produzir até 120 ovos. Esses ovos do mosquito conseguem resistir em ambiente seco por cerca de 1 ano. Em água parada, o ovo passa pelas etapas de larva e pupa e, em até 10 dias, se torna um mosquito adulto.
Ovos postos por mosquitos contaminados podem eclodir já com a capacidade de transmitir a doença. Uma pesquisa recente mostrou que, além de dengue, ovos de mosquitos infectados também podem preservar nas novas gerações a habilidade de transmitir chikungunya e zika. O estudo foi publicado pela UFG (Universidade Federal de Goiás) neste ano. Eis a íntegra (PDF – 952 kB).
O Aedes aegypti tem hábitos urbanos. Pneus, calhas, caixas d’água, vasos de planta e garrafas vazias são alguns de seus principais criadouros artificiais. Buracos em árvores e espécies como bromélias e bambus tendem a servir de habitat.
O mosquito depende do sangue humano para amadurecer seus ovos. É a principal fonte de alimentação das fêmeas. Os machos se alimentam de néctar e seiva.