O ministro Rogerio Schietti, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), votou nesta 3ª feira (11.mar.2025) por manter a condenação e prender imediatamente Adriana Villela. Ela foi condenada em 2019 pelo júri popular pelo assassinato de seus pais e de uma funcionária em Brasília. O caso, que se deu em 2009, ficou conhecido como “crime da 113 Sul”.
Depois do voto do relator, o julgamento foi suspenso em razão do pedido de vista (mais tempo para análise) do presidente da 6ª Turma da Corte, o ministro Sebastião Reis Júnior.
O colegiado analisa um recurso da defesa que pede a anulação da decisão do Tribunal do Júri do Distrito Federal, que condenou Villela a 67 anos e 6 meses de prisão. Os ministros também decidem se a pena deve ser executada imediatamente ou não. Adriana responde em liberdade.
Em seu voto, Schietti defendeu a manutenção da condenação do júri popular. Entendeu que a defesa “não demonstrou que a versão acolhida [pelo júri] é manifestamente contrária às provas dos autos”.
Ainda afirmou que o julgamento estava de acordo com a lei, apesar de provas terem sido comprometidas durante o julgamento em instâncias anteriores. Por fim, votou pela execução imediata da pena de prisão, acolhendo um pedido do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) com o MPF (Ministério Público Federal).
No voto, também citou uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2024 que permite que condenados por um júri popular sejam presos imediatamente após o julgamento.
Pelo regimento da Corte, o ministro tem 60 dias para devolver o caso para julgamento, podendo ser prorrogado por mais 30.
O julgamento teve início às 14h com a sustentação oral do advogado de Adriana Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay. Ele propôs 3 motivos para anular a decisão do júri de 2019:
Adriana não compareceu ao julgamento. Ela foi representada por sua filha, Carolina Viella.
Em 2019, o Tribunal do Júri de Brasília condenou a arquiteta Adriana Villela pelos assassinatos do pai, o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior eleitoral) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da funcionária da casa, Francisca Nascimento. O julgamento durou cerca de 103 horas e ficou conhecido como o mais longo da história do Distrito Federal.
As vítimas foram mortas a facadas em 2009, em um apartamento no bloco C da quadra 113 da Asa Sul, área nobre de Brasília. O caso ganhou repercussão depois que os investigadores não encontraram indícios de arrombamento na porta e os corpos foram encontrados dias depois, já em decomposição. Ela foi condenada como mandante do crime.
O caso é tema do documentário “Crime da 113 Sul”, do Globoplay. A série, que estreiou no início de março, entrevista Adriana Villela.