• Quinta-feira, 14 de agosto de 2025

BC: Open Finance tem 65 milhões de contas e movimenta R$ 1,2 bi ao mês

De acordo com dados do Banco Central, apenas no mês de julho foram feitos 4,5 milhões de pagamentos por meio do Open Finance no Brasil

Após os cinco primeiros anos de funcionamento, o (ou sistema financeiro aberto), criado pelo , já conta com 65 milhões de contas e mais de 100 milhões de autorizações de compartilhamento de dados e de pagamentos. Os números foram apresentados na última segunda-feira (11/8) durante uma live transmitida pela autoridade monetária, com a participação do chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do BC, Mardilson Queiroz. De acordo com dados do BC, apenas no mês de julho foram feitos 4,5 milhões de pagamentos por meio do Open Finance no Brasil. O que é o Open Finance entre diferentes instituições autorizadas pelo BC. Trata-se de uma versão mais abrangente do Open Banking. O modelo inclui não apenas informações sobre produtos e serviços financeiros mais tradicionais (como contas ou operações de crédito), mas também dados de produtos e serviços de câmbio, credenciamento, investimentos, seguro e previdência. Como funciona Qualquer pessoa que adere ao Open Finance pode, por exemplo, usar as informações financeiras que possui em determinado para contratar seguros ou planos de previdência de outras instituições que oferecerem condições mais vantajosas. Também pode ter acesso a opções diferenciadas de investimentos. “Existe a possibilidade de levar dados de um banco para outro e também é possível realizar pagamentos ou transferências usando a infraestrutura do Open Finance, por exemplo, ao trazer dinheiro de uma conta em outro banco por meio de transferências inteligentes, como quando falta saldo em uma conta; de agendamentos recorrentes, como transferência recorrente de recursos (mensal), com valor fixo; do Pix por aproximação, que vincula a conta bancária à carteira do Google Pay; e do Pix Automático”, enumerou Queiroz. Segundo ele, a expectativa é a de que, em breve, haja possibilidade de se fazer portabilidade de crédito por meio do Open Finance, de forma mais ágil e eficaz. Entre os benefícios trazidos pelo Open Finance aos clientes, observou Queiroz, estão o melhor gerenciamento financeiro, a maior possibilidade de comprovação de renda, inclusive do trabalho informal, e a maior conveniência na realização de pagamentos com Pix. “Se eu quero levar meus dados do banco X para o banco Y, o banco Y pode ou não ofertar essa possibilidade de receber dados pelo Open Finance, mas o banco X é obrigado a permitir que o cliente leve seus dados ou seu dinheiro para outra instituição pelo Open Finance”, afirma. 5 imagens Com o Open Finance, o cliente pode contratar seguros ou planos de previdência de outras instituições que oferecerem condições mais vantajosasCliente tem maior acesso à informação e pode comparar vantagens entre instituições financeirasPix, sucesso absoluto no Brasil, é considerado uma "revolução" no sistema de pagamentos e transferências financeirasPix foi criado pelo Banco Central e rapidamente ganhou a preferência dos brasileirosFechar modal. 1 de 5 Open Finance, ou sistema financeiro aberto, permite o compartilhamento de dados entre diversas instituições financeiras Getty Images 2 de 5 Com o Open Finance, o cliente pode contratar seguros ou planos de previdência de outras instituições que oferecerem condições mais vantajosas Bruce Mars/Unsplash 3 de 5 Cliente tem maior acesso à informação e pode comparar vantagens entre instituições financeiras Rupixen/Unsplash 4 de 5 Pix, sucesso absoluto no Brasil, é considerado uma "revolução" no sistema de pagamentos e transferências financeiras Breno Esaki/Metrópoles 5 de 5 Pix foi criado pelo Banco Central e rapidamente ganhou a preferência dos brasileiros Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images O que esperar Questionado sobre o futuro no Open Finance, Mardilson Queiroz mencionou a portabilidade de crédito, salário e investimento e o marketplace de crédito como exemplos da possibilidade de o ecossistema promover maior eficiência e mobilidade dos serviços e produtos. “Espera-se também uma melhoria do nível de performance das instituições e, para isso, é importante ressaltar o papel do monitoramento do ecossistema, tanto pela Estrutura de Governança quanto pelo BC, além de uma integração cada vez maior com outras soluções do BC, assim como já ocorre com o Pix e também com outras tecnologias e tendências, caso de inteligência artificial e tokenização”, concluiu. Reportagem publicada pelo Metrópoles em 2023 mostrou que , com medo da forma pela qual seus dados serão utilizados. “Uma das explicações para essa resistência é a concentração bancária que temos no Brasil”, afirmou Alan Mareines, CEO da Lina Open X. “Isso se deve ao fato de que as grandes instituições não querem perder fatia de mercado. Se eu tenho uma conta em um banco grande e quero compartilhar os meus dados com um banco digital ou uma nova fintech que me ofereçam uma taxa de serviço melhor, não interessa ao ‘bancão’ disponibilizar essas ferramentas”, explica. Além do medo dos “bancões” de perder clientes, disse o especialista, há dificuldades operacionais para as instituições se adequarem às normas estabelecidas para o compartilhamento de dados e serviços. “Existe muita dificuldade, em grande parte por causa dos padrões estabelecidos, que não são determinados somente pelo BC”, disse Mareines. “Essa é a maior diferença entre o Pix e o Open Finance. O Pix foi e é um baita sucesso porque o BC assumiu todas as atividades e atribuições. Já no Open Finance, os padrões são definidos de acordo com comitês compostos por diferentes instituições, como Febraban, fintechs, instituições de crédito, bancos ou corretoras”, prosseguiu. “A segunda grande dificuldade é que o cronograma de implementação estabelecido pela estrutura central do Open Finance é muito apertado, do ponto de vista técnico, para os departamentos de tecnologia, que já têm uma demanda enorme”, afirmou. “Parte da agenda do Open Finance depende da cultura dos usuários. É necessária uma agenda de educação para o uso desse novo instrumento”, avalia Mareines. Para o executivo, é necessário “educar o cliente para que ele entenda que esse fluxo é normal e não tem riscos, assim como acontece quando fazemos login com o Google ou com o Facebook em vários ambientes”. “A segurança do Open Finance é compatível com todos os serviços bancários oferecidos no Brasil. É a mesma barra de segurança do Pix, do sistema de TED ou do sistema de crédito, por exemplo”, disse.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: