• Quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Dólar sobe com inflação nos EUA e ataque de Trump ao Brasil. Bolsa cai

Moeda americana registrou alta de 0,32%, a R$ 5,41. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em queda de 0,24%

Os mercados de câmbio e ações operaram em relativa estabilidade nesta quinta-feira (14/8), apesar de novas declarações feitas contra o Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, . Assim, o registrou alta de 0,32% frente ao real, cotado a R$ 5,41. Na véspera, havia anotado elevação de 0,27%, a R$ 5,40. Já o , o principal índice da Bolsa brasileira (), fechou em queda de 0,24%, aos 136.355 pontos. No front do tarifaço, segue a agitação. Trump afirmou que o Brasil foi um péssimo parceiro comercial durante muitos anos, sendo um dos piores países do mundo nesse sentido. A menção foi feita em entrevista coletiva do republicano, na qual ele foi questionado se estaria preocupado com a aproximação comercial de países latino-americanos com a China. Isso como resultado das tarifas impostas pelos EUA. Leia também Mas não é só. Na quarta-feira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ex-senador republicano pela Flórida, havia publicado no X que a Casa Branca vai revogar vistos e impor restrições a autoridades brasileiras por causa da participação de cubanos no programa Mais Médicos. Na postagem, ele disse que o Departamento de Estado agirá contra “vários funcionários do governo brasileiro” e ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde. Rubio definiu essas pessoas como “cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”. Dados econômicos Os investidores também acompanharam nesta quinta-feira a divulgação de dados econômicos nos EUA. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que mede a inflação ao produtor americano, ficou acima das projeções de analistas do mercado em julho deste ano, de acordo com dados divulgados Departamento do Trabalho do governo norte-americano. No mês passado, o indicador foi de 0,9%, na comparação com junho (quando o índice registrou variação nula). Já em relação ao ano anterior, a inflação ao produtor nos EUA foi de 3,3% (ante 2,4% do mesmo período de 2024). Ambos os resultados vieram acima das projeções do mercado, que eram de 0,2% (na base mensal) e 2,5% (na anual). Elevação global do dólar Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o índice de preços ao produtor (PPI), acima das previsões do mercado, reforçou sinais de pressão inflacionária na economia americana, elevando os rendimentos dos Treasuries (os títulos do Tesouro dos EUA) e sustentando a valorização global da moeda americana. “O dado sugere que parte da alta do PPI pode refletir o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump sobre produtos importados, alimentando expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) realize apenas um corte de juros neste ano, possivelmente em setembro”, diz. “Isso reduz as chances de afrouxamento adicional em 2025. Esse quadro fortaleceu o dólar frente a emergentes, inclusive em relação ao real.” Serviços no Brasil No Brasil, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, o  volume de serviços avançou 0,3% em junho, marcando o quinto resultado positivo seguido. No acumulado de 12 meses, alta ficou em 3%. O resultado foi puxado pelos transportes, que cresceram 1,5% no mês. O resultado, contudo, não foi considerado tão positivo, pois, segundo economistas ouvidos pelo Metrópoles há perspectiva de desaceleração à frente. Ibovespa Houve ainda forte queda das ações de maior peso no Ibovespa. Esse foi o caso da Vale, que caiu 1,24%, e da Petrobras, que recuou 0,79%. Isso apesar da alta do preço do petróleo no mercado mundial. O barril com vencimento para outubro do tipo Brent, a principal referência internacional, por exemplo, subiu 1,84%, a US$ 66,84. Os agentes econômicos aguardam, agora, a reunião entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, na sexta-feira (15/8).
Por: Metrópoles

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