O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta 5ª feira (14.ago.2025), que não vai chorar nem rastejar para que os Estados Unidos comprem produtos brasileiros. Donald Trump (Partido Republicano) taxou parte das exportações do Brasil em 50%. Apesar de afirmar que quer negociar com os norte-americanos, o petista declarou que vai procurar outros mercados para as exportações brasileiras.
“Se os Estados Unidos não quiserem comprar, não tem importância. Eu não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando, eu vou procurar outros países para vender os produtos que a gente vende para eles e vamos seguir em frente. Eu aprendi a andar de cabeça erguida”, disse.
Lula discursou na inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Hemobras (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) em Goiana (PE). A planta fabril custou R$ 1,9 bilhão ao governo e vai produzir remédios a partir do excedente de plasma humano doado a hemocentros em todo o país.
Apesar de afirmar querer negociar o tarifaço com os Estados Unidos, o presidente disse que não vai ficar chorando porque aquele país deixou de comprar os produtos brasileiros.
“Nós não vamos deixar a nossas empresas morrerem a míngua e também nós não vamos ficar chorando que ele parou de comprar não, nós vamos tentar vender para a china, índia, Rússia, para a Alemanha, para qualquer lugar”, disse.
Lula disse que não “fala grosso” com os EUA, mas trata todos os países igualmente. Repetiu que as justificativas de Trump para o tarifaço não são aceitáveis. Disse que o Brasil não persegue seu ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que irá regular as redes sociais das chamadas big techs norte-americanas.
“Ele [disse que] não vai aceitar que a gente regule [as redes]. Nós estamos fazendo o projeto de regulação, ontem nós terminamos o projeto, vamos mandar. Porque aqui no Brasil tem lei e aqui no brasil a lei vale para nós e vale para empresas estrangeiras que estão aqui dentro”, declarou.
Conforme mostrou o Poder360, o presidente deve enviar na próxima semana ao Congresso um projeto para regulamentar as plataformas digitais.
O texto do governo terá um trecho que trata sobre a proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais. A iniciativa vem na esteira da viralização de um vídeo no YouTube produzido pelo influenciador Felca, sobre “adultização” e exploração comercial (e sexual) da imagem de crianças na internet.
“Nós não vamos permitir a loucura que se faz contra crianças e adolescentes, a pedofilia, a estimulação ao ódio […] Nós não vamos deixar e por isso nós vamos regular, e queremos responsabilizar quem ficar utilizando criança para praticar pedofilia. Isso aqui não vai ter.”