Pesquisadores brasileiros identificaram biomarcadores presentes no sangue capazes de com alto grau de precisão. Publicado na em março, o achado pode reduzir o tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico da demência.
A pesquisa foi liderada por médicos do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), no Rio de Janeiro. Os cientistas avaliaram proteínas no sangue de 145 idosos brasileiros ao longo de até quatro anos.
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O que é o Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas.
A doença é o tipo mais comum de demência em pessoas idosas. Segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil.
O sinal mais comum no início é a perda de memória recente.
Com o avanço da doença, surgem outros sintomas mais intensos, como dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar.
Os voluntários do estudo foram classificados clinicamente em cinco grupos: participantes diagnosticados com Alzheimer de forma clínica (observando os sintomas), com comprometimento cognitivo leve, com demência por corpos de Lewy, com demência vascular e idosos sem comprometimento cognitivo.
O objetivo foi medir o desempenho de biomarcadores no plasma sanguíneo para tentar
Entre os marcadores analisados, o pTau217 se destacou. A proteína teve desempenho considerado excelente para indicar alterações cerebrais compatíveis com Alzheimer, comparado com dados obtidos por meio do líquido cefalorraquidiano (LCR) — padrão-ouro para o diagnóstico.
Alternativa ao diagnóstico do Alzheimer
A análise do líquido cefalorraquidiano, um exame caro e doloroso feito com punções na coluna, depende de infraestrutura hospitalar e coleta invasiva. O uso de marcadores sanguíneos tem se mostrado uma forma menos invasiva de diagnóstico, mas muitos exames dessa categoria ainda não alcançaram a mesma eficácia da punção lombar.
O estudo para buscar uma alternativa utilizou a plataforma SIMOA HD-X, uma tecnologia de alta sensibilidade. Foram medidos níveis plasmáticos de proteínas associadas à neurodegeneração, como Tau, NfL, GFAP, além das formas fosforiladas pTau181 e pTau217.
O pTau217 alcançou a eficácia de 94% ao ser comparado com LCR. Quando combinado com Aβ42, outro marcador da doença, o desempenho subiu para 98%. Esses dados indicam um alto potencial de acurácia diagnóstica que deverá ser validada em estudos futuros para uma adoção mais ampla, e popular, deste diagnóstico.

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1 de 8 Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images
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2 de 8 Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images
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3 de 8 Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images
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4 de 8 Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images
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5 de 8 Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images
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6 de 8 Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images
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7 de 8 Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images
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8 de 8 O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
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