• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Vocês foram enganados por 8 anos pela Vale, diz Lula

Presidente afirma que comando da mineradora era “muito ruim” e que, por isso,  acordo de reparação não  “saiu antes”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta 6ª feira (11.jul.2025), que a antiga presidência da Companhia Vale do Rio Doce “enganou” o povo brasileiro por 8 anos por falta de transparência na gestão e por não querer conversar sobre um acordo de reparação aos danos causados com o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

“Os governos que lutaram pela reparação do maior acidente ambiental deste país estavam esperando um presidente de uma empresa que não vinha conversar com ninguém, e até hoje não se sabe o que foi feito na gestão dele. Vocês foram enganados por 8 anos“, afirmou Lula durante cerimônia do início dos pagamentos do PTR (Programa de Transferência de Renda) para pescadores e agricultores familiares afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão.

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O presidente seguiu afirmando que sua equipe foi capaz de, em 2 anos, realizar o que os governos anteriores não foram capazes de fazer.

“Com apenas 2 anos, conseguimos fazer com a Vale sentasse na mesa e pagasse aquilo que ela tinha que pagar. A gente não aceitou a ideia de que a Vale não queria reparação. O que a Vale tinha era uma direção muito ruim”.

Segundo Lula, a mineradora foi administrada de uma forma que “só esperavam receber dividendos” e por isso saiu da posição das melhores mineradoras do mundo.“Quando um cachorro tem muito dono, morre de fome.  A Vale estava assim. É o começo da reparação”.

O Acordo do Rio Doce destina R$ 132 bilhões para ações de reparação e compensação ao longo de 20 anos. Foi assinado pelas empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, junto à AGU (Advocacia-Geral da União), aos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), e Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), a PGR (Procuradoria-Geral da República), a DPU (Defensoria Pública da União), MPs (Ministérios Públicos) e DPs (Defensorias Públicas) dos 2 Estados.

A estimativa do governo é que o acordo beneficiará 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores de municípios do Espírito Santo (ES) e de Minas Gerais (MG). Para o setor, os recursos totalizam R$ 3,7 bilhões, distribuídos ao longo de 4 anos.

Os beneficiários receberão um salário mínimo e meio mensal durante os primeiros 36 meses e um salário mínimo pelos 12 meses restantes. O PTR integra as medidas compensatórias estabelecidas depois do desastre ambiental na Bacia do Rio Doce.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar gerenciará o PTR-Rural por meio da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural). O Ministério da Pesca e Aquicultura ficará responsável pelo PTR-Pesca.

O PTR-Rural atenderá 49 municípios, contemplando propriedades localizadas até 5 km de distância do centro da calha do Rio Gualaxo do Norte (MG), até 5 km dos Rios Carmo e Doce (MG), no trecho de Baixo Guandu até o distrito de Farias –Linhares (ES)–, e na mancha de inundação do Distrito de Farias até a Foz do Rio Doce.

Por: Poder360

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