• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Delegado descobre no STF que é investigado por blitz em 2022

Tomás Vianna, da PF, depunha como testemunha quando foi informado de que é alvo do inquérito sobre º turno das eleições.

O delegado da PF (Polícia Federal) Tomás de Almeida Vianna foi informado nesta 3ª feira (15.jul.2025), durante depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), que é investigado por possível envolvimento em operações irregulares da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no 2º turno das eleições de 2022.

Vianna foi convocado como testemunha de defesa dos réus Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário-executivo da SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Distrito Federal, e Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da SSP. Ambos são alvo do processo que apura a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Integram o chamado “núcleo 2”. 

Antes do início do depoimento, a PGR (Procuradoria Geral da República), representada por Daniel José Mesquita Monteiro Dias, informou que Vianna figura como investigado no inquérito sobre a atuação de servidores da PRF que teriam tentado dificultar o acesso de eleitores às urnas no 2º turno da disputa presidencial. Sugeriu que ele não fosse ouvido para evitar autoincriminação.

A defesa dos réus decidiu manter o depoimento, com a condição de que o delegado respondesse apenas às perguntas que não o comprometessem legalmente. “Fui ouvido no inquérito sempre como colaborador e informante. Não sabia que era investigado”, disse Vianna durante a sessão. 

O advogado de Marília Ferreira de Alencar optou, porém, por encerrar o depoimento. Segundo ele, a condição de investigado colocou a testemunha sob pressão. “Depois que a PGR decidiu dizer que ele está sendo investigado, ele está claramente sob pressão, então estou desistindo da testemunha”, afirmou.

O Poder360 tentou entrar em contato com Tomás de Almeida Vianna, mas não teve sucesso em encontrar um telefone válido para informar sobre o conteúdo desta reportagem. Este texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

O STF começou na 2ª feira (14.jul) a ouvir testemunhas de defesa e acusação dos núcleos 2, 3 e 4 da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

As audiências começaram com as testemunhas do “núcleo 2”, responsável pela gerência das ações. Os depoimentos desse grupo vão até 21 de julho.

Segundo a PGR, os integrantes do núcleo atuaram para manter Bolsonaro na Presidência de forma “ilegítima”. Eles são acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa armada. 

Integram o “núcleo 2”:  

Os depoimentos estão sendo realizados nas salas de audiência do prédio anexo do STF. As testemunhas prestam depoimento por videoconferência. Jornalistas não poderão gravar as sessões, mas as gravações feitas pela própria Corte serão anexadas aos autos do processo.

Por: Poder360

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