Vídeo: líder indonésio admite “limitações” e lamenta morte de Juliana
Em carta aberta aos brasileiros, governador Lalu Muhamad Iqbal promete, ainda, que o procedimento de salvamento será revisto
Pouco mais de uma semana após a queda de da trilha do vulcão Rinjani, na ilha Lomboke, e passados seis dias desde a confirmação da morte da brasileira, pela primeira vez, uma autoridade política da Indonésia se posicionou sobre o caso.
Através das redes sociais, , governador da província de Sonda Ocidental, onde fica o vulcão, publicou uma “carta aberta aos brasileiros”.
No vídeo, ele admitiu “limitações” na estrutura de resgate local e prometeu que os procedimentos de salvamentos em novos incidentes serão revistos.
Veja:
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Cronologia
Sábado (21/6): Juliana Marins fazia uma trilha no Monte Rinjani e cai cerca de 200m em terreno íngreme do vulcão. Buscas começam, e a turista é filmada por drone sentada na encosta. Nas imagens ela ainda se mexe.
Domingo (22/6): Resgate é suspenso por causa das condições climáticas na região, com muita neblina. Itamaraty informa que estava em contato direto com autoridades locais
Segunda-feira (23/6): Drone operado por resgatistas chega até a jovem. Ela aparece imóvel a 400m do penhasco do vulcão.
Terça-feira (24/6): Equipes de resgate encontram o corpo de Juliana a 600 metros de profundidade.
Quarta-feira (25/6): O corpo da brasileira é retirado do Monte Rinjani, já sem vida. Juliana é içada com uso de cordas. O processo de evacuação por helicóptero não pôde ser realizado devido às condições climáticas.
A carta, narrada por Ahmad MunJizun, afirma que desde o primeiro momento em que foram informadas do acidente, as agiram “com urgência e dedicação”. “Eles arriscaram a própria segurança para cumprir sua missão”, destacou o governador.
No vídeo, a dificuldade de resgate foi atribuída às . “A neblina espessa e a chuva persistente dificultaram os esforços de resgate desde o primeiro dia, dificultando até mesmo a detecção precisa de coordenadas por drones térmicos. Além disso, o terreno arenoso próximo ao local criou um risco extremo para os dois helicópteros que mobilizamos, já que a mudança na areia que entrava nos motores tornava as operações de transporte aéreo inseguras”, afirma Lalu Muhamad Iqbal.
Apesar disso, o governador diz reconhecer as “limitações atuais” da estrutura de resgate.
“Reconhecemos que o número de equipes de resgate vertical certificadas continua insuficiente e que nossas equipes ainda carecem dos equipamentos avançados necessários para tais missões. Também percebemos que a infraestrutura de segurança ao longo da cadeia de montanhas Ringani precisa ser aprimorada, visto que esta montanha deixou de ser um destino de rastreamento e se tornou uma atração turística internacional.”
Por fim, a autoridade política afirma estar “totalmente comprometido” em iniciar uma revisão abrangente em todas as partes interessadas na área de Ringani. “Garanto que tomaremos medidas concretas para aprimorar nossa preparação para quaisquer emergências ou desastres futuros. Isso inclui buscar parcerias com especialistas globais em operações de resgate vertical e em montanha.”
“Mais uma vez, expresso nosso profundo pesar e solidariedade à família enlutada e ao povo brasileiro. Sua perda é verdadeiramente nossa. Esperamos recebê-lo novamente em nossa ilha em tempos melhores”, finaliza o governador.
Por: Metrópoles