O PCCH (Partido Comunista da China) informou nesta 2ª feira (30.jun.2025) que a organização alcançou 100,3 milhões de integrantes no final de 2024. Um total de 1,1 milhão de chineses foram admitidos no partido no ano passado –crescimento de 1,1% ante 2023. Eis a íntegra do boletim estatístico do PCCH (PDF – 6 MB, em mandarim).
O partido comunista chinês governa a China desde 1949 (76 anos), quando derrotou o partido nacionalista KMT (Kuomintang) no conflito que ficou conhecido como Guerra Civil Chinesa ou Revolução Comunista Chinesa (1946-1949).
Fundado em 1912, o PCCH é o 2º maior partido político do mundo em número de integrantes. Só fica atrás do BJP (Partido do Povo Indiano), do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que soma 140 milhões.
Para comparação, o PCCH tem mais integrantes do que a soma dos 2 maiores partidos dos Estados Unidos (Republicano e Democrata) e mais do que 6 vezes o total de afiliados partidários do Brasil, contando todos os partidos brasileiros.
A taxa de aprovação para entrar no PCCH nos últimos 10 anos é de 11,6%. Cerca de 20 milhões de chineses tentam ingressar todo ano.
Em seu livro “China: tradição e modernidade na governança do país”, o pesquisador e professor da Universidade de Língua e Cultura de Pequim, Evandro Menezes de Carvalho, escreveu que o processo de admissão demora cerca de 3 anos.
Para iniciar o processo é necessário ser:
Depois da inscrição, o candidato deve frequentar aulas sobre a história e a estrutura do partido e realizar uma avaliação escrita. Caso seja aprovado, iniciará um período de 6 meses a 2 anos em que deverá provar ser um ativista do PCCH, escrevendo relatórios e participando de atividades do partido.
A última fase é o período de observação. O candidato terá as mesmas obrigações de um integrante pleno nas atividades partidárias, mas será acompanhado por tutores.
A seção do PCCH encarregada pela avaliação do candidato considerará as informações dadas pelos tutores e pode aprovar a entrada do postulante, prorrogar o período de observação por mais 1 ano ou rejeitar o candidato. Em caso de rejeição, é possível fazer uma 2ª -e última- tentativa.
Existem livros que ajudam os interessados a participar do processo de recrutamento a se prepararem.
Em 2014, no 2º ano de Xi Jinping na presidência da China, o Departamento de Organização do Comitê Central do PCCH reformulou pela 1ª vez em 24 anos as regras de admissão. O foco do recrutamento passou a ser na qualificação e não na quantidade de candidatos.
Segundo Carvalho, a ideologia comunista perdeu relevância no processo de admissão na década de 90. O pesquisador disse que os chineses enxergavam o PCCH como uma forma de alavancar suas carreiras e seu status social, mesmo sem compartilhar necessariamente das ideias do partido.
A decisão de Xi em reformular o processo teve como objetivo “selecionar melhor os novos integrantes e, também, remover dos quadros partidários aqueles que não atendem aos padrões morais que espelham os valores socialistas chineses”, disse Carvalho.
Eis as estatísticas da composição do PCCH em 2024: