Em meio à guerra contra a enfrenta novo escândalo de corrupção de grande escala no setor energético, que abalou o governo de .
O epicentro da crise é a Energoatom, companhia nacional de geração de energia nuclear, alvo de investigação que revelou um esquema de desvio de cerca de US$ 100 milhões (cerca de R$ 531,7 milhões). A primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, anunciou nesta segunda-feira (17/11) que a auditoria da empresa começou e será prioridade máxima.
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A investigação, conduzida pelo Serviço de Auditoria do Estado, abrangerá a administração da Energoatom, 10 de suas filiais — incluindo três usinas nucleares —, no período de 2023 a 2025. Os resultados provisórios devem ser divulgados até dezembro.

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1 de 4 Thierry Monasse/Getty Images
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2 de 4 O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fala com a imprensa antes da cúpula da União Europeia, na Bélgica Thierry Monasse/Getty Images
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3 de 4 O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy fala com a imprensa antes da cúpula da União Europeia, na Bélgica Dursun Aydemir/Anadolu via Getty Imagens
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4 de 4 Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Imagens
, disse Svyrydenko, destacando que auditorias em outras estatais do setor energético.
Operação “Midas”
O escândalo veio à tona com a , conduzida pela Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (Nabu). Batizada em referência ao mito do rei que transformava tudo em ouro, a operação desmantelou uma rede que obrigava subcontratados a pagar subornos de 10% a 15% do valor dos contratos para manter o status de fornecedores.
Foram realizadas 70 buscas, e cinco pessoas acabaram detidas, incluindo um ex-assessor do Ministério da Energia e o vice-presidente da Energoatom, Jakob Hartmut, que foi suspenso.
Contexto histórico de corrupção
A Ucrânia enfrenta problemas persistentes de corrupção. Desde 2022, o país registrou diversos escândalos envolvendo o setor de defesa, aquisição de suprimentos e contratação de serviços, que resultaram na renúncia de ministros e prisão de altos funcionários.
Em 2023, o então ministro da Defesa Oleksi Reznikov teve de deixar o cargo após irregularidades na compra de uniformes e alimentos para o exército.
Recentemente, foram presos altos funcionários por fornecimento de projéteis defeituosos ao exército, além de irregularidades no recrutamento militar.
Em julho, Zelensky expressou o desejo de sancionar uma lei que restringia a independência dos órgãos de combate à corrupção no país.
Zelensky segue sob pressão
O escândalo ganhou uma nova escalada ao envolver Timur Mindich, empresário, de 46 anos, amigo próximo de Zelensky e coproprietário da produtora Kvartal 95, fundada pelo presidente antes de entrar na política.
O caso gerou renúncias no governo: o ministro da Justiça, German Galushchenko, e a ministra da Energia, Svitlana Grinchuk, deixaram o cargo. Galushchenko é acusado de ter recebido benefícios pessoais, enquanto Grinchuk, embora ainda não implicada diretamente, é considerada próxima ao ex-ministro.
Zelensky afirmou ter sido pego de surpresa, mas declarou apoio integral às investigações.