A emissora britânica BBC afirmou nesta 2ª feira (17.nov.2025) estar “determinada a combater” qualquer ação judicial movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). Segundo a emissora com sede em Londres, não há base legal para um processo por difamação envolvendo a edição de um dos discursos do presidente norte-americano, segundo informações da Reuters.
A declaração da BBC se deu depois de Trump, na 6ª feira (14.nov), anunciar que moverá ainda nesta semana uma ação contra a emissora. O republicano disse que vai exigir de US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões pela manipulação de um dos seus discursos antes da invasão ao Capitólio, sede do Congresso norte-americano.
A controvérsia começou quando a BBC juntou trechos separados de um pronunciamento de Trump, o que criou a impressão de que ele incitara o tumulto de 6 de janeiro de 2021. Na 5ª feira (13.nov), o presidente da emissora, Samir Shah, enviou uma carta pessoal ao presidente para se desculpar pela edição incorreta.
A emissora reconheceu que a edição deu “a impressão equivocada de que o presidente Trump havia feito um apelo direto à violência”. Disse que não exibirá mais o conteúdo, veiculado no documentário “Panorama” em outubro de 2024, antes das eleições nos EUA.
Mesmo depois de reconhecer o erro, a BBC sustenta que não cometeu difamação e que o episódio não dá suporte a uma ação judicial. Trump insiste no processo. “Eu acho que tenho que fazer isso, eles até admitiram que trapacearam”, afirmou na 6ª feira (14.nov).
Segundo Trump, a edição é “ultrajante” e disse que era “pior que o caso Kamala”, referindo-se a um processo em que Trump entende que a CBS News editou enganosamente uma entrevista de Kamala Harris (Partido Democrata) no programa “60 Minutes”, supostamente prejudicando sua campanha, e que terminou com um acordo de US$ 16 milhões pago pela emissora ao republicano.
Em comunicado enviado aos funcionários nesta 2ª feira (17.nov), Shah abordou as especulações sobre possíveis custos relacionados a uma eventual ação judicial. “Estamos, naturalmente, muito conscientes do privilégio do nosso financiamento e da necessidade de proteger aqueles que pagam a taxa de licenciamento, o público britânico”, afirmou no e-mail. “Quero ser muito claro com vocês – nossa posição não mudou. Não há base para um caso de difamação e estamos determinados a lutar contra isso”, escreveu o presidente da BBC.
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