Uma das estreias mais aguardadas de 2025, chegou ao Prime Video nesta sexta-feira (31/10) e mergulha em eventos baseados em casos reais de detentos do presídio conhecido como o “dos famosos”. A produção revisita crimes que marcaram o país, retratando figuras como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga, e amplia o olhar para outros personagens cujas histórias também se cruzaram entre os muros da prisão.
Entre eles está —, condenada por participar do sequestro e assassinato de um adolescente de 14 anos, filho de uma vizinha e amiga. Ela ganhou destaque nacional ao se envolver com Suzane e Elize durante o cumprimento da pena, tornando-se uma das presenças mais comentadas dentro de Tremembé.

4 imagens



Fechar modal.

![]()
1 de 4 Letícia Rodrigues (Sandrão), Marina Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen) e Carol Garcia (Elize Matsunaga) em Tremembé Divulgação/Prime Vídeo
![]()
2 de 4 Marina Ruy Barbosa (Suzane von Richthofen), Letícia Rodrigues (Sandrão) e Carol Garcia (Elize Matsunaga) em Tremembé Divulgação/Prime Vídeo
![]()
3 de 4 Marina Ruy Barbosa como Suzane von Richthofen em Tremembé Divulgação/Prime video
![]()
4 de 4 Tremembé Divulgação
A história do envolvimento dela com Suzane e Elize foi abordado nos livros Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido e Suzane: Assassina e Manipuladora, de Ulisses Campbell (Ed. Matrix). Primeiro, ela se envolveu com Elize em Tremembé e depois, se relacionou com Suzane, com quem inclusive se casou na cadeia.
Leia também
Relacionamento com Suzane
As duas se conheceram dentro do “presídio dos famosos” e engataram um namoro. Para assumirem o relacionamento, as duas precisaram assinar um “termo de convivência”, uma espécie de certidão de casamento dentro do presídio em 2014. O casal, então, passou a morar em uma área destinada a casais.
A relação começou a ruir um tempo depois, quando a imprensa passou a ter interesse em entrevistar Suzane dentro da cadeia. Segundo o livro Suzane: Assassina e Manipuladora, foram Sandrão e a diretora da penitenciária de Tremembé, Eliana de Freitas Pereira, que convenceram Suzane a aceitar as entrevistas.
Suzane, contudo, queria cobrar um cachê dos veículos de comunicação, o que fez matérias para o Fantástico e para a Veja fossem descartadas. No entanto, o apresentador Gugu Liberato aceitou a condição e pagou pela emblemática entrevista exibida pelo Programa do Gugu, na Record. O episódio é reproduzido na série do Prime Video.

4 imagens



Fechar modal.

![]()
1 de 4 Paulo Vilhena e Marina Ruy Barbosa
![]()
2 de 4 Gugu e Suzane em 2015
![]()
3 de 4 Paulo Vilhena interpretando Gugu na série Tremembé Reprodução
![]()
4 de 4 Gugu e Suzane Von Ritchthofen em entrevista em 2015 Reprodução
Sandrão foi quem negociou os valores do cachê: a entrevista duraria uma hora e custaria R$ 120 mil. Entretanto, a sequestradora mentiu para Suzane dizendo que a entrevista valeria R$ 100 mil. Ela teria o interesse em embolsar R$ 20 mil a título de comissão. A entrevista foi dividida em duas partes e, na segunda, Sandrão falou bastante sobre o relacionamento dela com Suzane.
O relacionamento começou a enfrentar mais problemas após a entrevista. Em maio de 2016 Sandrão teve transferência oficializada para a penitenciária de São José dos Campos. As duas combinaram de manter o namoro mesmo afastadas.
Pouco depois, Sandrão recebeu o benefício do regime semiaberto e rapidamente migrou para o aberto e por isso foi morar com um irmão em Mogi das Cruzes, no mesmo bairro onde ocorreu o crime que a levou a cadeia.
Após a entrevista de Gugu Liberato, o apresentador mandou entregar para Suzane três máquinas de costura. Ela foi avisada pela diretora do presídio, a qual chamava Suzane de filha, de que se entrassem no local se tornariam propriedade do estado e sugeriu que ela levasse os objetos para a casa de Sandra.
As máquinas, contudo, . Isto porquê ambas discutiram novamente sobre dinheiro, o que acabou com a relação delas. Sandrão queria receber o valor pela entrevista com Gugu, aqueles R$ 20 mil de “comissão”. Suzane se negou, alegando que o valor estava na conta dela.
Assim, Sandrão se viu sem alternativa e afirmou que ficaria com as máquinas de costura. “As três máquinas de costura que o Gugu me deu estão lá em casa! Valem 36 mil reais”, disse Sandrão a então namorada. Suzane deixou claro que os objetos não seriam dela, mas Sandrão alegou que como estavam na casa dela, e que Suzane não tinha residência própria, as máquinas ficariam com ela. E assim chegou ao fim o relacionamento das duas.
O crime de Sandrão
Sandrão era uma mulher pobre que morava na periferia de Mogi das Cruzes (SP). Junto ao namorado da época, Valdir Ferreira Martins, ela decidiu por sequestrar um adolescente. A ideia era que os dois usassem o dinheiro do resgate do jovem para conhecer a ilha de Fernando de Noronha e comprar um carro.
Tallisson, de 14 anos, era filho da vizinha e amiga de Sandra, Ana Maria, e foi escolhido como alvo pelos bandidos por que a casa deles era a mais bonita da rua. A casa também guardava dois carros, o que motivou ainda mais o crime.
O jovem foi sequestrado por volta do meio-dia do dia 21 de outubro de 2003 por um comparsa de Sandra, conhecido como Formiga. Eles improvisaram um cativeiro em um imóvel desocupado pela família de Valdir e o jovem foi trancado em uma suíte, para evitar contato com o resto da casa e com os sequestradores.
O sequestro durou por três dias entre idas e vindas na negociação sobre o valor do resgate. A primeira pedida foi de R$ 40 mil e o valor foi descendo conforme os criminosos perceberam que a família não conseguiria pagar. Neste meio tampo, Sandra passava muito tempo no cativeiro e logo depois voltava para a casa dos pais de Tallisson e consolava a amiga. Ela inclusive simulou algumas conversas com os bandidos tentando negociar o valor do resgate.
O valor arrecadado pelas vítimas era foi R$ 4.500: R$ 2.000 foram obtidos por um agiota e outros R$ 2. 500 foram arrecadados com ajudas de vizinhos, iniciativa proposta por Sandra. O pagamento foi deixado numa lata de lixo próximo da estação de trem Braz Cubas, nos cafundós de Mogi das Cruzes onde o grupo conseguiu pegar imediatamente.
No entanto, quando retornaram ao cativeiro, descobriram que Tallisson tinha conseguido fugir da suíte, mas não conseguiu sair da casa e ficou na sala assistindo TV. Ele reconheceu Sandra e o namorado dela, Valdir, de imediato, e então o bando tomou a decisão de matá-lo.
Eles decidiram por levá-lo a um local conhecido como Prainha, mais afastado da cidade. Lá, eles tiraram a vida do jovem com uma arma Rossi calibre 38. Quem atirou foi Formiga, à época com 17 anos. A tentativa era de que ele não pagaria por nada por ser menor de idade.
As investigações do caso levaram à polícia aos criminosos por meio de uma quebra de sigilo telefônico. Formiga acabou confessando todo o crime e foi apreendido e punido com medidas socioeducativas, como diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Já Sandra e Valdir foram condenados pelo crime: Ela a 27 anos de cadeira, que acabou diminuído para 24 por não ter participado da execução do adolescente, e ele a 30 anos.