• Sexta-feira, 4 de julho de 2025

Tijomilho: Estudantes transformam sabugo de milho em tijolo ecológico

Estudantes do Paraná criam tijolo ecológico feito com sabugo de milho e projeto ganha destaque internacional; intitulado 'tijomilho' o produto deverá ser comercializado nos próximos meses

Estudantes do Paraná criam tijolo ecológico feito com sabugo de milho e projeto ganha destaque internacional; intitulado ‘tijomilho’ o produto deverá ser comercializado nos próximos meses Um projeto inovador desenvolvido por duas alunas do SENAI de Santo Antônio da Platina, no Paraná, está chamando a atenção no Brasil e no exterior. Clara Nogueira Dalsasso e Ana Júlia de Paiva criaram o “tijomilho”, um tijolo ecológico produzido a partir do sabugo do milho, que promete reduzir o impacto ambiental na construção civil. O projeto, que começou em 2024, já foi apresentado nos Estados Unidos e está em fase de testes finais para patente e comercialização. O tijomilho surgiu durante uma feira de engenharias promovida pelo SENAI, onde as alunas foram desafiadas a encontrar soluções sustentáveis para problemas da engenharia civil. “ A gente viu que os tijolos convencionais são queimados, gerando muito CO₂, e os ecológicos existentes são caros. Queríamos algo acessível e que aproveitasse materiais descartados”, explicou Clara. A escolha pelo sabugo de milho se deu pela abundância do material na região e suas propriedades fibrosas, que substituem parte do cimento e reduzem o uso de água na produção.
  • Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
  • Com o apoio de cerâmicas da região e da Universidade Estadual de Londrina (UEL) — que ofereceu estrutura de laboratório e orientação científica — as alunas foram ajustando a receita do tijolo até encontrar a fórmula ideal. O resultado foi um protótipo que utiliza cerca de 500g de sabugo de milho seco por unidade, reduz pela metade a quantidade de cimento tradicional (7% contra os 15% comuns em tijolos ecológicos) e apresenta excelente desempenho estrutural. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Clara Nogueira e Ana Julia Paiva
    Foto: Divulgação
    O projeto passou por sete fases, desde a pesquisa até a preparação para a Genius Olympiad nos EUA. As estudantes enfrentaram obstáculos, como a escassez de matéria-prima durante os testes. “A gente chorou quando faltou sabugo para fazer os tijolos em grande escala. Tivemos que correr atrás, pegando com vizinhos e até em barraquinhas de festa”, contou Ana Júlia. A orientação do professor Roberto Micó foi crucial: “ O projeto é tijomilho, então não podíamos trocar o composto. Foi preciso focar e vencer cada etapa“, destacou ele. Sustentabilidade e viabilidade comercial O tijomilho é composto por 80% de sabugo triturado, reduzindo a necessidade de cimento e água. “O sabugo retém umidade, o que permite uma massa homogênea com menos água. Além disso, diminuímos a emissão de carbono na produção”, explicou Roberto. Tatiana Nesfoli, diretora do SENAI, ressaltou o potencial do projeto: “Já temos contatos com investidores. É um produto com grande viabilidade de mercado e impacto ambiental positivo”. O tijomilho é composto por 80% de sabugo triturado, reduzindo a necessidade de cimento e água. “O sabugo retém umidade, o que permite uma massa homogênea com menos água. Além disso, diminuímos a emissão de carbono na produção”, explicou Roberto. Tatiana Nesfoli, diretora do SENAI, ressaltou o potencial do projeto: “Já temos contatos com investidores. É um produto com grande viabilidade de mercado e impacto ambiental positivo”. tijomilho - tijolo desenvolvido a partir de residuos de milho e sabugo
    Foto: Divulgação
    O projeto foi selecionado para a Genius Olympiad, competição que reuniu 69 países e mais de 2.400 projetos. “Foi incrível representar o Brasil com uma solução sustentável. Mostramos que inovação pode vir de jovens e com recursos simples”, disse Ana Júlia. Agora, as alunas buscam finalizar os testes para patentear o tijolo e viabilizar sua produção em escala. “Queremos que ele chegue às construções e ajude a preservar o planeta”, completou Clara. Próximos passos Com previsão de conclusão em seis meses, o tijomilho pode se tornar uma opção acessível no mercado. “A matéria-prima é abundante, e o sabugo, que hoje é descartado ou queimado, ganha um novo propósito”, afirmou Roberto. Enquanto isso, as estudantes continuam inspirando: “Esperamos que nosso trabalho motive outros jovens a pensar em soluções sustentáveis”. Com o apoio da prefeitura de Santo Antônio da Platina, através do CDTI (Centro de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), e parcerias locais com cerâmicas e universidades, as alunas têm agora um ambiente fértil para transformar o protótipo em produto comercial. “Quando elas escutaram o ‘não’, sabiam o porquê. O ‘sim’ seguia em frente.” — Professor Roberto Micó, sobre a resiliência das alunas. “É um produto com viabilidade de mercado e que une inovação, tecnologia e sustentabilidade.” — Tatiana Nesfoli, diretora do SENAI. Acompanhe a matéria completa feita pelo portal Olho no Agro: YouTube video
    Por: Redação

    Artigos Relacionados: