• Sexta-feira, 4 de julho de 2025

Tarifas e sanções são usadas para subordinação política, diz Dilma

Dilma comanda o Banco dos Brics; defende o fortalecimento do mercado entre os integrantes em moedas locais e alternativas de desenvolvimento.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), atual chefe do Banco dos Brics, disse nesta 6ª feira (4.jul.2025) que tarifas e sanções financeiras têm sido usadas como instrumentos de subordinação política. A declaração foi feita no seu discurso na abertura da 10ª reunião anual do NDB (New Development Bank), realizada no Rio de Janeiro.

Dilma evitou mencionar os Estados Unidos ou o presidente norte-americano Donald Trump. Declarou que o NDB foi criado pautado em cooperação, igualdade e respeito mútuo, “em aposição a abordagens e a condicionalidades impostas de cima para baixo”.

Dilma defendeu que as cadeias de produção globais estão sendo reestruturadas pela busca por eficiência e por interesses geopolíticos.

“O multilateralismo está sob pressão. Testemunhamos um recuo na cooperação e o ressurgimento do unilateralismo. Tarifas, sanções e restrições financeiras estão sendo usadas como ferramentas de subordinação políticas”, declarou.

Disse ainda que o mundo passa por “crises sobrepostas”, e citou crises climáticas, geopolítica e econômica. Afirmou que a próxima década será decisiva para o Sul Global. Defendeu o financiamento climático para a adaptação do novo mundo.

“O NDB precisa estar na vanguarda desse esforço, ampliando os investimentos em infraestrutura verde, energia limpa, transição energética e tecnologias inteligentes para o clima”, defendeu Dilma.

A comandante do NDB disse que o banco de desenvolvimento é um marco institucional e uma “declaração política de intenções e práticas” em que o Sul Global deixaria de ser “só um receptor passivo de modelos de crescimentos a eles impostos para tornar-se um ativo arquiteto de seu próprio futuro”.

Dilma declarou que o NDB foi construído com a premissa de que os países do Sul Global têm o direito e a capacidade de definir os próprios caminhos de desenvolvimento.

Nesta 6ª feira (4.jul), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que os países do Sul Global têm “fragilidades” e alinhar-se a eles é “extremamente perigoso”.

A presidente do NDB declarou que o banco de desenvolvimento não quer substituir “quem quer que seja”, mas que há mais de uma maneira de promover o desenvolvimento.

“Demonstramos nos últimos 10 anos que é possível construir uma instituição confiável, eficiente e adaptável que produz resultados reais e, ao mesmo tempo, defende os valores da solidariedade, da equidade e da soberania”, declarou. “Os países emergentes e em desenvolvimento merecem instituições que compreendam seus desafios, respeitem as suas escolhas e apoiem suas ambições”, disse.

Por: Poder360

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