O ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) dos Estados Unidos registrou uma queda nas detenções de imigrantes em julho. Segundo dados do Trac (Transactional Records Access Clearinghouse) divulgados no sábado (2.ago.2025), as prisões diárias passaram de 1.224 em junho para 990 em julho. Representa uma redução de 19%.
Além disso, o número total de pessoas presas foi de 56.945, um leve declínio em relação aos 57.861 detentos registrados um mês antes. Eis a íntegra do relatório (PDF– 230 kB, em inglês).
A diminuição se deu depois dos protestos de junho contra as operações do ICE no sul da Califórnia. Além da indecisão do presidente Donald Trump (Partido Republicano) sobre a continuidade das ações nos setores agrícola, pecuário e de hospitalidade.
Enquanto as detenções diminuíam, as deportações aumentaram, com média de 84 remoções adicionais por dia em comparação com junho. A NBC News informou que mais de 18.000 imigrantes foram removidos só em junho.
Além disso, mesmo com a diminuição, a quantidade de instalações para detenção do ICE permanece em debate, visto que a agência não divulga a capacidade de cada centro, dificultando a transparência sobre a disponibilidade de vagas para novos presos.
O Trac aponta que, até o final de junho, o ICE contava com 201 instalações, mas este número foi ajustado para 179, refletindo as mudanças nas operações de detenção.
A agência também destacou ainda que, até 27 de julho, 71,1% dos detidos pelo ICE não tinham histórico criminal. Muitos deles foram presos por delitos menores, como infrações de trânsito. Entre os centros de detenção, o Adams County Detention Center, em Natchez, Mississippi, abriga o maior número de detidos, com uma média de 2.170 pessoas por dia.
Os dados reforçam as críticas à política de imigração, com ativistas e defensores dos direitos humanos questionando a necessidade de tantas detenções, considerando especialmente a alta porcentagem de presos sem histórico criminal.