• Sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Senado dos EUA rejeita medida que limitaria ataques à Venezuela

Texto foi derrotado por 51 a 49 e mantém ao governo de Donald Trump autonomia para ações militares na região.

O Senado dos Estados Unidos rejeitou na 5ª feira (6.nov.2025) uma proposta que obrigaria o presidente Donald Trump (Partido Republicano) a obter aprovação do Congresso antes de ordenar ações militares contra a Venezuela. A resolução foi derrotada por 51 votos a 49. Foi a 2ª tentativa em 1 mês de limitar a atuação do governo em operações contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas na América Latina.

Só 2 congressistas republicanos contrariaram a orientação do governo. A medida buscava impedir futuras operações “dentro ou contra” a Venezuela, diante de receios de que a ofensiva contra grupos ligados ao narcotráfico pudesse escalar para um confronto militar direto com o país sul-americano. As informações são do jornal digital Politico.

Os Estados Unidos mantêm desde setembro ofensivas regulares contra embarcações no oceano Pacífico e no mar do Caribe.

Autor da proposta, o senador Tim Kaine (Partido Democrata) disse que a justificativa jurídica usada pelo governo para os ataques a barcos se baseia em uma interpretação ampla dos poderes presidenciais, “que não tem apoio na Constituição” e seria “extremamente frágil” se aplicada à Venezuela. “É preciso forçar o Congresso a se olhar no espelho e confrontar a questão de se essas políticas são boas ou ruins, se eu vou exercer nosso poder de guerra ou abdicar e entregá-lo”, declarou.

Para tentar manter apoio republicano, representantes do governo apresentaram a senadores o embasamento legal das ações recentes. Rand Paul (Partido Republicano), copatrocinador da resolução, e Lisa Murkowski (Partido Republicano) voltaram a apoiar a iniciativa. Já o senador John Fetterman (Partido Democrata), que havia votado contra proposta similar no mês anterior, desta vez acompanhou seu partido.

Republicanos que rejeitaram a resolução argumentaram que o governo tem autoridade legal para combater o tráfico de drogas e minimizaram a possibilidade de uma invasão ao território venezuelano. Trump disse recentemente que existe a possibilidade de ataques terrestres contra grupos ligados ao narcotráfico na Venezuela. Ele autorizou operações secretas da CIA (sigla em inglês para Agência Central de Inteligência) no país. A movimentação militar deve incluir o porta-aviões USS Gerald R. Ford.

Aliados do governo defenderam ampliar ainda mais a atuação. O senador Lindsey Graham (Partido Republicano) disse que “a Venezuela, nas mãos do presidente Nicolás Maduro [Partido Socialista Unido Venezuelano], é uma ameaça existencial ao povo dos Estados Unidos”. Segundo ele, Trump teria autoridade para usar “o poder que desejar”.

Se fosse aprovada, a resolução dificilmente teria efeito, já que Trump havia sinalizado que vetaria o texto. 

Maduro está disposto a iniciar negociações com os Estados Unidos, desde que haja garantias de participação chavista em uma possível transição política e anistia para membros do governo.

Na 4ª feira (5.nov), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil atua com “solidariedade regional” à Venezuela. Segundo ele, a posição brasileira segue a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a América do Sul deve ser tratada como “uma região de paz e cooperação”.

Por: Poder360

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