• Sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Luis Arce é expulso de partido dias antes de deixar a presidência

Atual presidente da Bolívia deixará o cargo no sábado (8.nov); é acusado de desviar dinheiro da legenda.

O partido MAS (Movimento ao Socialismo, esquerda), que governou a Bolívia por quase 20 anos, expulsou na 5ª feira (6.nov.2025) o presidente do país, Luis Arce. Ele deixará o cargo no sábado (8.nov), entregando o mandato a Rodrigo Paz (Partido Democrata Cristão, centro-direita).

Segundo informações do site Infobae, a decisão foi anunciada a jornalistas pela direção do partido em resposta aos “resultados eleitorais desfavoráveis”, às alegações de corrupção e às acusações de deslealdade interna. A resolução implica uma perda total de confiança em Arce, de acordo com o MAS.

“Solicitamos por meio de diversas cartas que ele regularizasse essas discrepâncias e, até hoje, ele nunca o fez. É importante explicar por que essas contribuições nunca chegaram aos cofres do MAS”, afirmou Grover García, representante do partido. O MAS acusa Arce de desviar fundos de contribuições obrigatórias que integrantes da sigla depositam regularmente para o financiamento do partido.

O MAS enfatizou que essas irregularidades, junto com o tratamento insatisfatório das denúncias de corrupção na administração pública, levaram a uma crise de representatividade dentro do partido governista.

A fratura interna no que antes era o bloco de esquerda majoritário da Bolívia se agravou nos últimos 2 anos, marcada pelo confronto entre Arce e o ex-presidente Evo Morales sobre os rumos do partido.

Em seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Arce chegou a dizer que “Evo foi a causa da desintegração da esquerda”, responsabilizando o ex-líder do país pela derrota da esquerda nas eleições. Disse que Evo “negociou com a direita” para prejudicar seu governo.

Luis Arce, economista de formação e ex-ministro da Economia durante o governo de Evo Morales, venceu as eleições presidenciais de 2020 como candidato do MAS. Ao longo de seu mandato, enfrentou tensões internas e decidiu, em maio, não concorrer à reeleição.

Por: Poder360

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