• Sábado, 16 de agosto de 2025

Seguro rural deve se tornar obrigatório e expõe desafio de ampliação da cobertura no país

Novo modelo proposto pelo governo pode reduzir custo do crédito e integra proteção ao financiamento agrícola, mas depende da capacidade de cobertura, avalia Howden Re.

Novo modelo proposto pelo governo pode reduzir custo do crédito e integra proteção ao financiamento agrícola, mas depende da capacidade de cobertura, avalia Howden Re. O governo federal deve anunciar até setembro um novo modelo de seguro rural, que poderá se tornar obrigatório para produtores que buscam acesso ao crédito agrícola com subsídios públicos. A proposta, voltada à safra 2025/26, faz parte da estratégia de fortalecer o Plano Safra e ampliar a resiliência da produção agropecuária frente aos riscos climáticos. Ao atrelar a contratação de seguro ao financiamento, a iniciativa busca reduzir perdas, ampliar a cobertura e dar mais previsibilidade tanto aos produtores quanto aos agentes de crédito. A  HowdenRe, divisão global de resseguros da Howden, avalia que a proposta representa um avanço estratégico para o financiamento agrícola. No entanto, a empresa faz um alerta: a medida só trará os benefícios esperados – como redução do custo do crédito e maior previsibilidade – se vier acompanhada de uma expansão efetiva da capacidade de cobertura das seguradoras e resseguradoras que atuam no país.
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    Segundo Arthur Sanches, Diretor de Contratos da Howden Re Brasil, a proposta visa interligar crédito rural e proteção contra riscos climáticos de forma mais eficiente. Com o novo modelo, produtores teriam acesso a financiamentos com taxas mais competitivas, mediante a contratação de seguros compatíveis com suas operações. “O objetivo do governo com essa medida é tornar o acesso ao crédito agrícola mais barato. O seguro, nesse contexto, oferece proteção contra eventos que podem comprometer a capacidade de pagamento ao agente de crédito, uma vez que, em caso de perda segurável, o beneficiário recebe a compensação para arcar com parte das obrigações.”window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Seguro paramétrico traz agilidade e menor custo A proposta do Ministério da Agricultura também inclui a adoção mais ampla do seguro paramétrico, baseado em índices climáticos como volume de chuvas ou temperatura, em vez da comprovação direta de perdas. “O seguro paramétrico é uma alternativa interessante para tentar reduzir o custo da contratação. Essa modalidade baseia-se em parâmetros predefinidos, como índices climáticos, para determinar o pagamento de indenizações, sem a necessidade de avaliação individualizada das perdas”, destaca Sanches.  Segundo o especialista, esse modelo permite liquidações mais rápidas e maior transparência, além de facilitar o acesso à cobertura por pequenos e médios produtores. Risco de desequilíbrio sem aumento na oferta Embora a proposta tenha potencial transformador, a corretora chama atenção para um ponto crítico: se a demanda por seguros aumentar significativamente, como se espera com a vinculação ao crédito rural, mas a oferta de cobertura não for ampliada na mesma proporção, os custos podem subir. “A lei da oferta e da demanda sugere que, com uma demanda maior que a oferta, os preços tendem a subir, já que os vendedores podem cobrar mais devido à escassez. Dessa forma, essa medida deveria ser acompanhada de políticas voltadas ao aumento da oferta de capacidade das seguradoras e resseguradoras, garantindo que haja cobertura suficiente para atender todos os fazendeiros e agentes de crédito com a devida proteção”, conclui Arthur. VEJA TAMBÉM:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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