• Domingo, 17 de agosto de 2025

Conheça o Karabakh, o verdadeiro cavalo dourado das montanhas

Raça milenar é capaz de escalar penhascos como cabras. Os Karabakh são símbolo de força, agilidade e tradição milenar nas montanhas do Azerbaijão.

Raça milenar é capaz de escalar penhascos como cabras. Os Karabakh são símbolo de força, agilidade e tradição milenar nas montanhas do Azerbaijão. Originário das montanhas e estepes da região de Karabakh, no Azerbaijão, o cavalo Karabakh é uma das raças mais antigas do mundo e um verdadeiro símbolo nacional do país. Com forte influência do cavalo árabe e ancestralidade em comum com o Akhal-Teke — conhecido por sua elegância e resistência —, o Karabakh destaca-se pela sua agilidade, velocidade, robustez e temperamento equilibrado. No entanto, apesar de sua importância histórica e desempenho esportivo, trata-se de uma raça em risco de extinção silenciosa, com poucos exemplares puros sobreviventes atualmente. O cavalo Karabakh remonta a séculos de desenvolvimento na Transcaucásia, sendo utilizado desde a Antiguidade como cavalo de montaria, tração e corrida. Ele compartilha linhagens genéticas com o Akhal-Teke, raça vizinha do Turcomenistão, além de ter sido influenciado por árabes, persas e até raças extintas como o cavalo turcomano.
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    Ao longo da história, o Karabakh também foi usado no aprimoramento de outras raças, como o cavalo Don e o Kabardin. Porém, os intensos cruzamentos genéticos e os conflitos armados recentes entre Azerbaijão e Armênia afetaram drasticamente sua preservação, quase eliminando linhagens puras. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Com uma altura média entre 138 e 140 cm, o Karabakh é um cavalo considerado de porte pequeno, mas com corpo compacto e musculatura bem definida. Seu perfil é elegante, com cabeça pequena e expressiva, testa larga, narinas grandes, pescoço alto e musculoso, além de membros longos e fortes. Apesar da beleza, é a resistência física que mais impressiona: são animais capazes de enfrentar longas distâncias, escalar terrenos acidentados e suportar condições climáticas adversas.
    Foto: Divulgação
    A pelagem fina e brilhante, geralmente em tons de castanho, baio, pardo e preto com reflexos dourados, é uma das marcas registradas da raça. Algumas variações raras incluem tons cinza, palomino e até gamo. Marcas brancas são aceitas. O cavalo Karabakh é vivo, inteligente, leal e equilibrado. Graças ao seu temperamento dócil e firmeza em terrenos irregulares, é ideal tanto para cavalgadas quanto para competições esportivas. O desempenho nas pistas também é comprovado: em 2004, um exemplar chamado Kishmish percorreu 1.000 metros em 1min09s e 1.600 metros em apenas 1min52s, tempo notável para a categoria. Além das corridas, o Karabakh é muito valorizado em provas de resistência e lazer, principalmente no Azerbaijão, onde ainda há incentivos para sua criação seletiva.
    Foto: Divulgação
    Apesar de seu valor cultural e atlético, o Karabakh enfrenta sério risco de extinção. A ausência de um status oficial de preservação por organismos internacionais agrava a situação. Segundo a DAD-IS (base de dados da FAO para diversidade animal), o Azerbaijão conta com uma única fazenda de reprodução em Agdam, onde, em 2003, havia apenas 120 animais, sendo 39 éguas puras. A baixa visibilidade internacional e os impactos de conflitos regionais contribuíram para a redução drástica do rebanho. Atualmente, programas locais tentam recuperar os traços originais da raça a partir de cruzamentos controlados, mas a quantidade de Karabakhs de linhagem pura é extremamente reduzida. A reputação dos Karabakhs atravessa séculos. O geógrafo francês do século XIX, Elisée Reclus, já os mencionava em sua obra L’Homme et la Terre com uma citação emblemática:
    “Os cavalos de Karabakh, que escalam os penhascos como cabras, são considerados os melhores da Transcaucásia.”Infelizmente, hoje, poucos conhecem esse tesouro genético e cultural, que representa não apenas uma raça equina, mas também a história e identidade de um povo.
    Por: Redação

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