A Frente Povo Sem Medo, uma articulação nacional de movimentos de esquerda, planeja atos em 19 das 27 unidades da federação do país no domingo (21.set.2025). As mobilizações são contrárias ao PL da Anistia e à PEC da Blindagem. Um dos lemas está sendo “congresso inimigo do povo“.
Os atos estão sendo chamados desde 4ª feira (17.set.2025) por deputados federais do Psol, entre eles Guilherme Boulos (SP), Erika Hilton (SP) e Tarcísio Motta (RJ). Artistas como Anitta, Caetano Veloso e o rapper Djonga recorreram às redes sociais para convocar as manifestações.
A maioria dos atos será realizada pela parte da tarde, mas em algumas capitais como Belo Horizonte, Natal e Salvador as manifestações se darão pela manhã. Leia abaixo:
Na 3ª feira (16.set.2025), a Câmara dos Deputados aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 3 de 2021, conhecida como “PEC da Blindagem”. Com a medida, os deputados e senadores só poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis na Constituição, como racismo e terrorismo.
Mesmo em flagrante, a manutenção ou continuidade da prisão/investigação passa por decisão da Casa, que terá de ser feita em 24h. O novo texto também estende o foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal) aos presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso. O projeto ainda depende de uma aprovação do senado para entrar em vigor.
Na 4ª feira (17.set.2025), a Câmara aprovou a urgência do PL (projeto de lei) da anistia, que pretende perdoar crimes de condenados por tentativa de golpe e pela invasão dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro. Com a urgência aprovada, o projeto pode ir a votação direto no plenário, sem passar por comissões.
A mais recente manifestação da esquerda nas ruas foi realizada no 7 de Setembro, em várias partes do Brasil. Na Praça da República, em São Paulo, os organizadores reuniram 4.300 pessoas, segundo cálculo do Poder360 a partir de imagens aéreas.
O protesto teve como mote pedidos de condenação de Jair Bolsonaro (PL) por golpe –o ex-presidente acabou de fato condenado em 11 de setembro– e defesa da soberania, por causa das tarifas e sanções do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), contra o Brasil.
No mesmo dia dos atos da esquerda, a direita também foi para as ruas pela anistia de Bolsonaro, em protestos realizados também em várias cidades. A manifestação realizada na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu 48.800 pessoas, segundo cálculo deste jornal digital a partir de imagens aéreas.