• Domingo, 26 de outubro de 2025

Reunião entre Lula e Trump na Malásia dura quase 1 hora

Os 2 presidentes se reuniram pessoalmente pela 1ª vez; encontro foi realizado em Kuala Lumpur e assessores acompanharam.

A reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), durou quase 1 hora neste domingo (26.out.2025). O encontro começou por volta de 4h40 (15h50 no horário local) e acabou às 5h36 (16h36 no horário local). Os 2 estão na Malásia para participar da 47ª cúpula de chefes de Estado da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).

Lula estava acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, do assessor da Presidência da República, Audo Faleiro, e do secretário-executivo do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Márcio Elias Rosa.

Trump, por sua vez, levou o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Estado, Marco Rubio.

Lula tenta reverter a sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros importados. O presidente também quer o fim de medidas restritivas imposta pelos EUA a autoridades brasileiras.

No caminho para a Malásia, Trump sinalizou a jornalistas a bordo do Air Force 1, seu avião oficial, que está disposto a reduzir as tarifas sobre os produtos brasileiros, mas ressaltou que isso deve se dar “sob as circunstâncias certas”.

Horas depois, Lula disse que não há exigências de nenhum dos 2 ainda. “Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Eu vou colocar na mesa os problemas e vamos tentar encontrar uma solução. Então, podem ficar certos que vai ter uma solução”, disse a jornalistas em Kuala Lumpur.

Lula falou sobre o tema ao discursar em evento da Universidade Nacional da Malásia, no sábado (25.out). O presidente disse que as “tarifas não são mecanismos de coerção”. Segundo o chefe do Executivo, “nações que não se dobraram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”.

Em seu discurso, o petista não citou os EUA ou o presidente norte-americano, mas disse que “o recrudescimento do protecionismo e a paralisia da Organização Mundial do Comércio impõem uma situação de assimetria insustentável para o Sul Global”.

O encontro entre Lula e Trump vinha sendo organizado desde setembro, quando os 2 presidentes estiveram juntos por menos de 1 minuto nos bastidores da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York. Na época, o norte-americano disse que houve uma “química excelente” entre os 2.

Os governos do Brasil e dos EUA passaram, então, a trabalhar para viabilizar uma conversa presencial mais alentada.

Como parte dos preparativos, os 2 presidentes conversaram por telefone por cerca de meia hora em 6 de outubro. Segundo o Palácio do Planalto, o tom foi amistoso. Lula destacou que o Brasil é um dos 3 países com quem os EUA mantêm superavit comercial e solicitou a retirada da sobretaxa de 40% aplicada a produtos brasileiros importados e o fim de medidas restritivas contra autoridades brasileiras.

Na sequência das negociações, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se por cerca de 1 hora com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em 16 de outubro em Washington. Depois do encontro, o chanceler brasileiro declarou a jornalistas que a reunião havia sido “muito produtiva”.

Para o governo brasileiro, o encontro entre Vieira e Rubio ajudou a distender a relação entre os países e abrir, de fato, o canal para organizar a reunião entre os 2 presidentes.

A aproximação entre os 2 marca uma guinada na postura de Trump, que em julho impôs tarifas adicionais sobre produtos brasileiros e condicionou a normalização das relações à suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal). O julgamento não foi suspenso e Bolsonaro foi condenado pela 1ª Turma da Corte a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Por: Poder360

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