O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste domingo (26.out.2025) que o comércio global seja equilibrado, sem que nenhum país tenha deficit “exorbitante” com outros países. O petista disse que o Brasil quer fazer negócio com todos e rechaçou a tentativa de se criar novas disputas globais ancoradas por grandes potências como China e Estados Unidos.
“Está aqui meu ministro da agricultura [Carlos Fávaro]. Ele é fanático para vender os produtos agrícolas brasileiros. E eu falo para ele que ele precisa parar de falar só em vender e precisa falar em comprar, porque as pessoas também querem vender para o Brasil. E a política justa é aquela que todo mundo está satisfeito. E, portanto, todo mundo tem que vender e todo mundo tem que comprar para que o comércio seja equilibrado e que nenhum país tem um déficit exorbitante com outro país”, disse Lula durante uma reunião com empresários brasileiros e malaios realizada em Kuala Lumpur, na Malásia.
O presidente afirmou que o mundo atualmente não aceita mais uma “Guerra Fria” ou uma “2ª Guerra Mundial”, em que grandes potências polarizavam o comércio global de acordo com suas zonas de influência.
“A gente não quer uma nova disputa do lado dos EUA ou da China. A gente quer estar do lado da China, dos Estados Unidos, da Malásia, do lado de todos os países do mundo que queiram fazer negócio conosco. Porque é isso que faz o mundo crescer, se desenvolver, trazer o investimento de países estrangeiros”, disse.
Lula defendeu que as empresas malaias de tecnologia ampliem a produção de chips no Brasil, em cooperação com empresas nacionais “para evitar o risco da indústria brasileira terminar ou diminuir sua produção por qualquer momento de crise”.
O presidente incentivou o intercâmbio entre os negócios dos 2 países e disse que isso é um jogo de “ganha-ganha”.
O petista também afirmou que o Brasil vive um “momento auspicioso” em que cresce mais acima da média mundial. “O Brasil tem a estabilidade econômica e fiscal que vocês precisam”, disse.
Ao final de seu discurso, Lula afirmou que há 2 tipos de empresários no Brasil: “Os que gostam de viajar, garimpar oportunidades, vender e comprar. E os que ficam no Brasil só se queixando da taxa de juros ou da tributação”.





