A CNI (Confederação Nacional da Indústria) avaliou positivamente a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump (Partido Republicano). O encontro se deu neste domingo (26.out.2025), na Malásia, onde os 2 líderes discutiram questões comerciais, especialmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. Eis a íntegra da nota (PDF – 38 kB).
Em setembro, a confederação liderou uma missão empresarial em Washington com autoridades brasileiras e empresários norte-americanos para discutir os impactos das tarifas no comércio bilateral.
A CNI afirmou que tem atuado de forma técnica e propositiva desde o início das negociações, defendendo o caminho do diálogo e apresentando propostas concretas em áreas de interesse comum, como energia renovável, biocombustíveis, minerais críticos e tecnologia.
“É natural que os Estados Unidos busquem proteger suas cadeias produtivas. O que defendemos é um processo racional, transparente e baseado em dados, que permita avançar de forma construtiva”, declarou Alban.
A reunião entre os 2 presidentes durou 45 minutos. De acordo com o secretário-executivo do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Márcio Elias Rosa, Lula pediu que as negociações fossem retomadas de maneira imediata. “Trump, então, orientou sua equipe a se reunir conosco ainda hoje à noite para que possamos até o final da noite chegarmos a algumas conclusões”, disse.
Além de Mauro Vieira e Márcio Elias Rosa, Lula estava acompanhado do assessor da Presidência da República, Audo Faleiro. Com Trump, estavam o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.
Depois da reunião, a comitiva brasileira também relatou a jornalistas que Lula citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao mencionar as sanções ao Brasil, como o cancelamento de vistos de autoridades e o caso do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), enquadrado na Lei Magnitsky. O petista disse que o julgamento do ex-presidente foi correto e com amplo direito de defesa. Ainda segundo os representantes brasileiros presentes à reunião, Trump só ouviu e não fez nenhuma observação sobre o tema.
O encontro terminou sem que o norte-americano anunciasse a revogação das tarifas adicionais de 50% para produtos brasileiros importados. O republicano, porém, aceitou discutir as taxas. As negociações bilaterais devem começar ainda neste domingo (26.out).





