• Quinta-feira, 24 de abril de 2025

Quem é Stefanutto, presidente do INSS investigado por fraude

Alessandro Antonio Stefanutto tem 25 anos de carreira e estava no comando do instituto desde 2023 | Poder Justiça

Alessandro Antonio Stefanutto, presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), foi afastado do cargo nesta 4ª feira (23.abr.2025). Ele é alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF (Polícia Federal) para apurar fraudes de R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários.

Stefanutto estava à frente do INSS desde julho de 2023. Foi nomeado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele sucedeu Glauco Wamburg —exonerado por suspeitas de irregularidades.

O presidente afastado é procurador federal de carreira, com 25 anos de atuação no INSS. Ingressou no órgão em 2000 e já ocupou cargos como procurador-geral da autarquia, de 2011 a 2017. É filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro).

Antes do INSS, passou por órgãos como o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Receita Federal e Ministério da Ciência e Tecnologia.

É graduado em direito pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em gestão de projetos e mestre em gestão e sistemas de seguridade social pela Universidade de Alcalá, na Espanha.

No INSS, liderou a implantação do sistema Siccau. Foi também diretor de orçamento, finanças e logística antes de assumir a presidência.

Stefanutto assumiu o instituto com muitos desafios: uma fila de requerimentos com milhões de pessoas, modernização do sistema e quadro deficitário de servidores. 

Em fevereiro, a fila encostou em 2 milhões e atingiu o maior patamar desde o início de 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para a modernização do instituto, contratou uma inteligência artificial na tentativa de combater fraudes em benefícios sociais e de aposentadoria. A previsão era que as operações começassem até o final do 1º semestre de 2025. 

A PF deflagrou nesta 4ª feira (23.abr.2025) a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A operação cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.

De acordo com a PF, a investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

O governo informou que em 2023 a CGU (Controladoria Geral da União) deu início a uma série de apurações sobre o aumento do número de entidades e dos valores descontados dos aposentados. A partir desse processo, foram feitas auditorias em 29 entidades que tinham ACTs (Acordos de Cooperação Técnica) com o INSS. Também foram realizadas entrevistas com 1.300 aposentados que tinham descontos em folha de pagamento.

Segundo o governo, a CGU identificou que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e que, dos entrevistados, a maioria não havia autorizado os descontos. A Controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregue a documentação completa ao INSS.

Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções. Entre elas, o presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto.

Eis a lista das pessoas que foram afastadas de seus cargos no INSS:

Os crimes em investigação são:

A PF informou que apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros. Os valores totais e a quantidade exata ainda estão em levantamento.

Mais cedo, às 6h30, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Vinícius de Carvalho, se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada para explicar a operação e as medidas adotadas.

Eis algumas informações esclarecidas pelo governo:

O governo determinou a suspensão dos Acordos de Cooperação Técnica das entidades associadas ao INSS e, consequentemente, dos descontos feitos nas folhas de pagamentos de aposentados e pensionistas.

De acordo com o governo, 11 entidades associadas eram alvo de medidas judiciais no em que o acordo com o INSS foi firmado. São elas:

Segundo o governo, os aposentados e pensionistas do INSS que identificarem desconto indevido de mensalidade associativa no extrato de pagamentos (contracheque) podem pedir a exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site “Meu INSS”.

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Por: Poder360

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