• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Quem aumentou imposto foi Bolsonaro, diz Haddad a Ciro

Ministro declara que, ao não corrigir a tabela do IR, o governo anterior fez com que brasileiros pagassem mais impostos.

Em resposta ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta 5ª feira (24.jul.2025) que “quem aumentou imposto” foi o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Haddad disse que não houve correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), o que fez com que brasileiros pagassem mais impostos.

O ministro da Fazenda declarou que “não adianta” aprovar uma lei que impeça o governo de fazer “justiça tributária”, porque a Constituição Federal assegura as medidas do governo. “É cláusula pétrea”, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia.

Ao tratar do aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, disse na 4ª feira (23.jul), em entrevista à Itatiaia, que o Congresso Nacional vai discutir medidas para barrar aumentos e reduzir impostos.

Haddad rebateu a afirmação. “Com todo respeito ao senador, eu digo o seguinte: quem aumentou imposto, quando ele era da Casa Civil, foi o governo Bolsonaro. Senador, com todo respeito, vocês não reajustaram o salário mínimo acima da inflação nenhum ano, com inflação de alimentos a 2 dígitos, vocês não atualizaram a tabela do Imposto de Renda”, declarou Haddad.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou de R$ 1.903 em 2022 para R$ 3.036 em 2025 a faixa de isenção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). O piso para o brasileiro pagar imposto não era alterado desde 2015.

“Quando você não atualiza a tabela do Imposto de Renda, o que acontece: quando você tem um reajuste de salário pela inflação, você começa a pagar imposto que você não pagava”, disse Haddad. “Quando não corrige a tabela do Imposto de Renda, você está aumentando imposto sem avisar, sem fazer nada, por omissão”, afirmou.

Haddad disse ainda que “quem gosta de botar imposto em cima do povo” é Bolsonaro. O ministro disse que o governo Lula enviou e a Comissão Especial da Câmara aprovou o texto que aumenta a faixa de isenção do IRPF para até R$ 5.000 por mês.

Ele declarou que houve “mérito” do relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL), para aumentar a renúncia fiscal para quem ganha até R$ 7.300. A proposta inicial dava o desconto para os brasileiros que recebiam até R$ 7.000 por mês.

O especialista em lascar o povo é o Bolsonaro. O especialista em ajudar o povo é o presidente Lula, com os programas sociais que criou, com os programas de proteção que criou e com a justiça tributária”, declarou Haddad.

Haddad declarou que continuará a defender cobrar impostos “de quem não paga”. Citou as casas de apostas, que pagaram R$ 3,8 bilhões no 1º semestre à União, bilionários e bancos.

As fintechs criticam o ministro da Fazenda. Afirmam que a carga tributária dos bancões foi mantida, enquanto as empresas de tecnologia do setor financeiro serão mais oneradas.

O IOF rendeu R$ 8,02 bilhões ao governo Lula em junho. O valor representa uma alta real –corrigida a inflação– de 38,8% em relação ao mesmo mês de 2024. No 1º semestre, a arrecadação foi de R$ 36,87 bilhões, um crescimento de 8,8% ante o mesmo período do ano passado. O valor foi recorde na série histórica.

O mês de junho foi marcado por idas e vindas no aumento do tributo. Depois de o governo anunciar o aumento do tributo, voltar atrás em parte do decreto e o Congresso derrubar a cobrança adicional, o caso do IOF parou no STF (Supremo Tribunal Federal).

Leia uma cronologia com os principais acontecimentos sobre o impasse do IOF:

Por: Poder360

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