Congresso reage à decisão do STF sobre caça de javalis e quer garantir autonomia dos estadosO estudo projetou cenários até 2050, combinando modelagem ambiental e análise econômica dos ganhos advindos da venda de créditos de carbono. O resultado foi surpreendente: a renda obtida com reflorestamento pode ser até quatro vezes maior do que a da pecuária tradicional. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Enquanto o uso da terra para pastagens rende cerca de US$ 280 mil anuais, a restauração florestal pode gerar até US$ 1 milhão por hectare ao ano. Em áreas consideradas prioritárias, o lucro pode chegar a US$ 3,7 milhões anuais, segundo o levantamento. Essa diferença é explicada pela crescente demanda global por compensações de carbono, em que empresas e governos remuneram projetos que capturam e estocam CO₂ da atmosfera. Além do ganho direto, a restauração oferece benefícios ambientais acumulativos — como recuperação de nascentes, aumento da biodiversidade e regulação climática — que, por sua vez, podem ser convertidos em novas fontes de receita por meio dos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). O modelo de negócios que já atrai gigantes globais A teoria acadêmica já encontrou eco no setor privado. Empresas como a Re.green, fundada por nomes como Bernardo Strassburg e João Moreira Salles, vêm provando na prática que reflorestar pode ser um negócio altamente lucrativo. A companhia, que restaura ecossistemas na Amazônia e na Mata Atlântica, já possui 37 mil hectares em projetos ativos e planeja alcançar 1 milhão de hectares nos próximos anos.
“É um sonho que temos e estamos trabalhando para isso”, disse o CEO, que também é finalista do Earthshot Prize, premiação criada pelo príncipe William para reconhecer soluções ambientais inovadoras. A tendência já movimenta concorrentes. O Projeto Biomas, apoiado por gigantes como Suzano, Vale, Itaú, Santander, Marfrig e Rabobank, é outro exemplo de como a restauração ecológica virou negócio de grandes corporações. Com a Lei do Mercado de Carbono, sancionada em 2024, e a expectativa da COP30, o interesse de investidores deve crescer ainda mais. A fronteira verde do agronegócio Especialistas apontam que o Brasil tem uma vantagem competitiva única nesse novo ciclo: vastas áreas degradadas, clima favorável e grande biodiversidade — condições ideais para liderar o mercado global de créditos de carbono. Apenas na Zona da Mata mineira, o estudo da UFMG identificou 5.801 hectares prioritários para restauração. Mais do que um projeto ambiental, o reflorestamento se apresenta como nova fronteira de riqueza para o agronegócio brasileiro, capaz de unir lucro e sustentabilidade. Com o avanço das políticas de descarbonização e a valorização internacional dos créditos ambientais, o “negócio verde” promete transformar o campo em uma potência econômica limpa e renovável — onde cada árvore pode valer mais do que uma cabeça de gado.