• Sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Produção industrial tem leve alta em junho, mas volta a decepcionar

Em relação ao mesmo período do ano passado, a produção da indústria brasileira teve queda de 1,3%, segundo dados do IBGE

A brasileira registrou uma leve alta em junho deste ano, na comparação com maio, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (1º/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (). O que aconteceu Em junho, segundo o levantamento, a produção industrial do país cresceu 0,1%, na comparação mensal, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo período do ano passado, o setor teve queda de 1,3%. No acumulado de 2025 até junho, a produção industrial teve alta de 1,2%. No período de 12 meses até junho, o aumento na produção foi de 2,4%. Na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral registrou queda de 0,4% no período de três meses encerrado em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. O resultado da indústria em junho veio abaixo das estimativas dos analistas do mercado, que eram de alta de 0,4% (mensal) e de queda de 0,6% (anual). Divisão por categorias De acordo com os dados do IBGE, duas das quatro grandes categorias econômicas e 17 dos 25 segmentos industriais pesquisados tiveram alta em junho. Entre as atividades monitoradas, os resultados positivos mais importantes foram de veículos automotores, reboques e carrocerias (+2,4%). Também tiveram alta em junho as atividades de metalurgia (+1,4%), de celulose, papel e produtos de papel (+1,6%), de produtos de borracha e de material plástico (+1,4%), de outros equipamentos de transporte (+3,2%), de produtos químicos (+0,6%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+1,7%) e de impressão e reprodução de gravações (+6,6%). Leia também Entre as oito atividades que tiveram queda na produção em junho, os maiores impactos negativos foram de indústrias extrativas (-1,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,3%) e produtos alimentícios (-1,9%). Também foram registradas quedas importantes em bebidas (-2,6%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,0%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,7%). Já entre as grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, os principais destaques foram as taxas positivas bens de capital (+1,2%) e bens de consumo duráveis (+0,2%). Por outro lado, os setores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%) recuaram em junho. Repercussão Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, o resultado da indústria em junho “reafirma a tendência de desaceleração do setor, que deverá ter contribuição quase nula para o PIB do 2º trimestre”. “Para os próximos meses, esperamos continuidade da atual tendência, reforçada pelos indicadores antecedentes. Mesmo com o recuo parcial das tarifas americanas, o setor ainda deverá ser o principal afetado, dado que carnes e café ainda estão sujeitos à tarifação de 50% a entrar em vigor no próximo dia 7”, observa. O economista Maykon Douglas, por sua vez, destaca que o setor industrial “vinha há dois meses consecutivos em queda, mas o resultado de hoje não brilha os olhos”. “Veio menor que o esperado e a leitura anterior foi revisada para baixo em quase todas as categorias econômicas (exceto bens de capital, mas que ainda ficou negativo)”, afirma. “Além disso, os bens de consumo são os que pior performaram nos últimos meses, quando se anualiza a variação trimestral móvel, com queda de quase 10%. É o que se espera de um contexto de aperto monetário, reforçando um segundo trimestre mais fraco para a atividade doméstica.”
Por: Metrópoles

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