O PL (Partido Liberal) marcou para 3ª feira (2.dez.2025) uma reunião emergencial com a presença do presidente do partido, Valdemar Costa Neto (SP), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (RN). O encontro será realizado às 15h, em Brasília, para discutir a crise interna provocada pelas declarações da ex-primeira-dama contra a aliança do PL com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará.
A situação teve início no domingo, quando Michelle criticou publicamente a aproximação do partido com Ciro Gomes (PSDB) durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo cearense. Os 3 filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram o discurso da madrasta por ser injusto e desrespeitoso com o deputado estadual André Fernandes (PL-CE), que é próximo a Ciro.
A reunião da 3ª feira deve definir o posicionamento oficial do PL sobre a aliança no Ceará e estabelecer diretrizes para manifestações públicas de seus integrantes sobre decisões já tomadas pela legenda. Ciro é um possível candidato ao governo estadual em 2026. É visto por aliados como o único nome competitivo contra o PT no Estado.
No evento de domingo, Michelle declarou seu apoio a Girão e criticou a decisão do partido. Ela disse que o movimento pró-Ciro Gomes foi “precipitado”. “Tenho orgulho de vocês. Mas fazer aliança com um homem que é contra o maior líder da direita? Isso não dá”.
Depois das críticas, André Fernandes respondeu à ex-primeira-dama: “A esposa do ex-presidente Bolsonaro vem aqui e diz que fizemos a movimentação errada, sendo que o próprio presidente, no dia 29 de maio, pediu para ligarmos para Ciro Gomes no viva-voz e ficou acertado que apoiaríamos o Ciro”, afirmou.
O senador Flávio Bolsonaro criticou a postura da madrasta em declaração à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles: “A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”.
A tensão se intensificou quando os outros filhos do ex-presidente se manifestaram. O deputado Eduardo Bolsonaro (SP) endossou a posição do irmão mais velho: “Meu irmão Flávio Bolsonaro está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André Fernandes o que foi feito no evento. Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mal acordo, foi uma posição definida pelo meu pai. André não poderia ser criticado por obedecer o líder”.
Já o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL), que havia se aproximado mais de Michelle depois da prisão de seu pai, afirmou que Flávio “está certo e temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças!”.
Esta reportagem foi escrita pela estagiária de jornalismo Isabella Luciano sob a supervisão do editor Guilherme Pavarin





