Nafta petroquímica
Um dos acordos trata da venda de nafta petroquímica, produto derivado do petróleo, para as indústrias da Braskem em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. O acordo prevê quantidade de retirada mensal mínima, com a possibilidade de negociar quantidades adicionais mensalmente, podendo alcançar até 4,116 milhões de toneladas, em 2026, e até 4,316 milhões de toneladas, em 2030. O valor estimado dos contratos de venda de nafta é de US$ 11,3 bilhões, com vigência de cinco anos a partir de 1º de janeiro de 2026.Etano, propano e hidrogênio
Outra negociação é a venda de etano, propano e hidrogênio para fornecimento à unidade da Braskem no Rio de Janeiro. De 2026 a 2028, o contrato contempla a manutenção da quantidade atualmente acertada, de 580 mil toneladas em eteno equivalente ao ano, com produção e fornecimento a partir da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na região metropolitana do Rio. De 2029 a 2036, o contrato contempla o aumento dessa quantidade para 725 mil toneladas em eteno equivalente ao ano, para atendimento da ampliação da Braskem (em fase de projeto), com produção e fornecimento a partir da Reduc e/ou do Complexo Boaventura (antigo Comperj), também na região metropolitana. O valor estimado do contrato é de US$ 5,6 bilhões, com vigência de 11 anos a partir do primeiro dia de 2026.Propeno
O último acerto é sobre a venda de propeno de origem das refinarias Reduc, Capuava (SP) e Alberto Pasqualini (RS). A quantidade contratada é de até 140 mil toneladas por ano em Capuava e de 100 mil na Reduc. Também foi contratada quantidade escalonada da Refinaria Alberto Pasqualini, que aumentará anualmente: 14 mil, 24 mil, 36 mil, 48 mil e 60 mil toneladas. O valor estimado é de US$ 940 milhões, com vigência de 5 anos, a partir de 18 de maio de 2026.Mudanças na Braskem
Além de fornecedora da Braskem, a Petrobras é dona de 47% das ações com poder de voto da companhia. A controladora é a Novonor (antiga Odebrecht), atualmente em recuperação judicial, condição em que uma empresa tenta, com aval da Justiça, renegociar dívidas para evitar falência. Um dos motivos da crise financeira da Braskem é o mercado da petroquímica, que está em baixa internacionalmente. A Novonor tem tentado vender a parte dela na Braskem. Na segunda-feira (15), a Braskem informou que a Novonor comunicou que fez um acordo de exclusividade com um fundo de investimentos que assumirá as dívidas da companhia em troca de receber 50,111% das ações com poder de voto, ou seja, se tornando controlador da Braskem. O fundo de investimento se chama Shine e é assessorado pela IG4 Capital, especializada em recuperação de empresas e dificuldade.Petrobras monitora
Após a notícia do acordo entre Novonor e o fundo de investimento, a Petrobras informou que monitora a situação e pode exercer ou não os dois direitos societários que possui: direito de preferência, que a permitiria assumir a compra da Braskem, ou tag along, prerrogativa no mundo dos negócios que permite vender a parte da estatal ao novo entrante. “A Petrobras irá acompanhar os desdobramentos do fato comunicado e analisará os termos e condições dessa potencial transação para, se aplicável e no momento oportuno, decidir sobre o eventual exercício, ou não, destes direitos previstos no acordo de acionistas”. Outra opção é manter a posição societária atual da Petrobras. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já elogiou publicamente o potencial da petroquímica. Relacionadas
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