Pastor brasileiro liberta mais de 50 escravos no Paquistão
Por meio de doações, pastor brasileiro tem atuado na libertação de pessoas que vivem em escravidão moderna no Paquistão
Cerca de 50 milhões de pessoas ainda vivem sob ao redor do mundo, entre elas famílias inteiras no onde regimes de servidão persistem apesar de o trabalho forçado ser proibido no país há décadas. Alguns destes paquistaneses, contudo, encontraram em um pastor brasileiro a esperança de serem livres novamente.
Escravidão moderna no Paquistão
Estimativas recentes apontam que 2,3 milhões de pessoas enfrentam escravidão moderna no Paquistão.
De acordo com o relatório Global Slavery Index 2023, o tipo mais comum de escravidão no país é a servidão por dívida. Isso acontece quando uma pessoa, ou família inteiras, pegam dinheiro emprestado e são forçadas a trabalhar para seus credores como forma de pagamento. Muitas vezes, essa “troca” não é baseada em nenhum contrato, o que abre brechas para abusos.
Os casos de escravidão moderna no Paquistão são relatados principalmente em fábricas de tijolos e em setores ligados à agricultura.
Missionário com experiência em 23 países, o pastor Claudinei Vicente, começou o trabalho humanitário no Paquistão em 2020. Desde então, realizou o resgate de mais de 50 pessoas e de 9 famílias diferentes.
“Existem milhares de pessoas morrendo de fome no Paquistão, e eles se sujeitam a trabalhar por comida, ou para pagar empréstimos que fizeram com empresários da região”, explica o pastor Claudinei Vicente.
As vítimas moderna foram resgatadas na cidade de Lahore, a segunda maior do Paquistão, em olarias de tijolos. Tais fábricas, assim como áreas ligadas à agricultura, são os locais onde está concentrada a maioria dos escravos do país.
Ao Metrópoles, o missionário de 52 anos, morador de São Paulo, revela que o trabalho de resgate é feio em parceria com líderes religiosos cristãos no Paquistão. Enquanto realiza campanhas de doações no Brasil, por meio de uma equipe atua nas negociações diretas com os “donos de escravos” no país asiático.
O valor da liberdade gira em torno dos US$ 3 mil (cerca de R$ 16 mil reais), mas pode variar dependendo da quantidade de e do tempo em que vivem sob escravidão.
Veja o momento de um dos resgates:
Além de retirar pessoas do regime de servidão moderna, Claudinei revela que o projeto Recomeçar a Vida busca dar oportunidades para que os resgatados não voltem a ser escravizados novamente.
“Depois de resgatá-los, procuramos dar moradia e alimentação para essas pessoas por cerca de seis meses, além de realizar um trabalho de educação financeira com eles. Também usamos as doações na compra tuk-tuks [meio de transporte bastante popular em países asiáticos], que são doados para os resgatados terem uma chance de recomeçarem suas vidas por meio de um trabalho digno”, explica Claudinei.
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Escravidão em dados
Em março deste ano, o governo do Paquistão ratificou três instrumentos da com o objetivo de erradicar o trabalho forçado no país.
Apesar disso, os dados sobre a escravidão na nação asiática ainda são alarmantes, com mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas.
Ao todo, estimativas recentes apontam que a cada mil habitantes 10,6 vivem regimes de servidão forçada no Paquistão.
Por: Metrópoles