• Sábado, 9 de agosto de 2025

Palácio da Justiça ganha escultura de Burle Marx planejada há 70 anos

Obra de Burle Marx foi instalada no espelho d’água do edifício, concluindo ideia concebida por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer

Mais de 70 anos depois de idealizada, a fachada do , em , ganhou uma escultura que completa o projeto de e . A peça de Roberto foi inaugurada na noite dessa quinta-feira (8/8) no espelho d’água da entrada principal, unindo arte e arquitetura na Esplanada dos Ministérios. Desde a concepção da capital, Niemeyer pensou em integrar obras de arte à frente dos palácios. O , por exemplo, abriga desde os anos 1960 a escultura Meteoro, de Bruno Giorgi. Já no Palácio da Justiça, a instalação só se concretizou 53 anos após a inauguração do edifício. 5 imagens Obra "em processo", de Burle Marx Obra "em processo", de Burle Marx Obra "em processo", de Burle Marx Burle MarxFechar modal. 1 de 5 Obra "em processo", de Burle Marx Divulgação/Ministério da Justiça 2 de 5 Obra "em processo", de Burle Marx Divulgação/Ministério da Justiça 3 de 5 Obra "em processo", de Burle Marx Divulgação/Ministério da Justiça 4 de 5 Obra "em processo", de Burle Marx Divulgação/Ministério da Justiça 5 de 5 Burle Marx Reprodução/Instagram Segundo a doutora em História da Arte Graça Ramos, curadora do projeto, a construção do prédio levou cerca de uma década e atravessou várias gestões, o que adiou a instalação. Elcio Gomes da Silva, arquiteto da , lembra que Burle Marx, ao lado de José Waldemar Tabacow e Haruyoshi Ono, assinou os jardins interno e externo do Ministério da Justiça. Leia também “Entre concepção e a obra inaugurada em 1972 também foram muitas as decisões, inclusive com adequações posteriores realizadas por Oscar Niemeyer nos anos de 1980”, explicou Silva. A escolha da escultura coube a uma comissão formada por Rogério Tadeu de Salles Carvalho, Elcio Gomes da Silva, Graça Ramos, Lilia Schwarcz e Lílian Cintra de Melo. A peça estava, até 21 de junho, no Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro. A propriedade, onde o artista viveu por 20 anos, é reconhecida pela Unesco como patrimônio mundial. Trata-se de uma obra inacabada, criada em meados da década de 1980. Burle Marx, que morreu em 1994, é conhecido pelo pioneirismo em mesclar o modernismo a espécies de plantas brasileiras. Para Graça Ramos, a escultura encontrada durante visita ao sítio dialoga perfeitamente com o jardim do Palácio. “Ela tem tanto movimento. Ela tem até florzinhas que nascem nela”, descreve a historiadora. Burle Marx Feita em granito branco do Ceará, a obra tem mais de três metros de altura. Ramos não vê rigidez na peça, mas uma resistência, que diz muito sobre a . “Ela é simbólica porque é resistente, assim como a Justiça brasileira. Dialoga muito bem com a realidade brasileira”, reflete. A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da ministra da Cultura, Margareth Menezes. “A jornada percorrida pela obra até aqui simboliza integração cultural entre nossas regiões”, disse Lewandowski. “Mas o significado dessa inauguração transcende os seus aspectos simplesmente estéticos. Em uma época em que enfrentamos os desafios relacionados à sustentabilidade do planeta, a obra adquire especial relevância.” O plano urbanístico da nova capital federal, inaugurada em 1960, ainda ganha detalhes com o passar dos anos. “Brasília é uma obra de arte que se faz no dia a dia”, destaca Ramos.
Por: Metrópoles

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