• Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Obrigatoriedade da rastreabilidade bovina no Pará abre debate sobre impactos no mercado de boi

Pará adia exigência de rastreabilidade bovina para 2030, reduz impacto nos custos do pecuarista e evita efeitos artificiais no boi gordo.

A rastreabilidade de bovinos, que começaria em 2026 no Pará, foi adiada para 31 de dezembro de 2030, trazendo alívio para o pecuarista. A ordem publicada no Diário Oficial do Estado do Pará, trazendo a exigência de que apenas bovinos e bubalinos rastreados possam circular no estado, a partir do dia 1 de janeiro de 2026, provocou apreensão. A medida, que previa a obrigatoriedade da identificação individual dos bovinos e da regularização da Guia de Trânsito Animal (GTA), teve seu prazo ampliado para 31 de dezembro de 2030. A decisão foi para dar tempo para que produtores e os demais elos da cadeia se preparem.
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    A proposta integra o Sistema de Rastreabilidade Bovina Individual do Pará e tem por objetivo fortalecer o controle sanitário, garantir a origem dos bovinos e ampliar o acesso a mercados que exigem transparência da cadeia produtiva. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A obrigatoriedade foi mal-recebida pelos produtores, em função dos custos envolvidos e da complexidade logística em um estado com grande extensão territorial e forte presença de pequenos e médios pecuaristas. Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM, IBGE), o Pará possui um dos maiores rebanhos do país, com cerca de 26 milhões de cabeças, sendo relevante na oferta nacional de boi gordo. A implementação da rastreabilidade individual em todo esse contingente implica investimentos consideráveis. Estimativas indicam que o custo por bovino, considerando identificação eletrônica, sistemas de controle e mão de obra, varia entre R$ 8,00 e R$ 15,00 por cabeça. Em um cenário de adoção integral, o investimento inicial poderia ultrapassar R$ 200 milhões, sem considerar despesas recorrentes de manutenção e atualização de dados. Caso a medida tivesse sido mantida para 2026, haveria risco de restrição temporária na movimentação de animais, o que poderia reduzir a disponibilidade de boiadas prontas para abate, encurtar escalas frigoríficas e subir a cotação do boi gordo artificialmente. Com o adiamento para 2030, esse efeito desaparece. Além dos impactos econômicos, o adiamento também repercute no campo ambiental. Especialistas avaliam que sistemas robustos de rastreabilidade são instrumentos relevantes para coibir a criação de gado em áreas desmatadas ilegalmente e ressaltam que o cronograma original estava alinhado à urgência climática. Ao observar a experiência de outros estados, vemos que o tema é rotina produtiva em algumas regiões. Em Santa Catarina, onde a rastreabilidade bovina é obrigatória, o sistema, após a fase de adaptação, fortaleceu o controle sanitário e o acesso a mercados exigentes. Em estados como Goiás, mesmo sem obrigatoriedade formal, o avanço de iniciativas preparatórias reforça essa tendência, indicando que o novo cronograma no Pará representa uma transição gradual para padrões elevados de controle e transparência. Fonte: https://www.scotconsultoria.com.br Referências (mantidas integralmente)
  • Brazil cattle traceability and economic impacts, disponível em: https://www.nature.org, acesso em 14/12/2025.
  • JBS entrega 120 mil brincos e realiza primeiro abate com rastreabilidade individual no Pará, disponível em: https://www.istoe.com.br, acesso em 14/12/2025.
  • Pará adia rastreabilidade bovina e governador faz crítica mercado internacional, disponível em: https://www.comprerural.com, acesso em 14/12/2025.
  • Pará realiza primeira exportação de carne bovina com rastreabilidade individual, disponível em: https://www.zedudu.com.br, acesso em 14/12/2025.
  • Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, disponível em: https://www.gov.br/agricultura, acesso em 14/12/2025.
  • Série histórica – Bovinos (Bois e Vacas) – Tamanho do rebanho. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/bovinos/pa. Acesso em: 16/12/2025.
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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