Enquanto o mundo vivia em um cenário de insegurança provocado pela e o desenvolvimento de armas nucleares, o governo do Brasil foi alertado, na década de 1970, sobre um suposto plano de extermínio mundial por meio de armas químicas e biológicas.
Guerra revolucionária
Na década de 1970 a diplomacia brasileira recebeu um suposto plano de guerra químico-biológica.
O objetivo seria destruir a maior parte da população mundial, e mudar a ordem global que estava em vigência.
De acordo com registros, o possível plano envolveria ao menos seis agentes letais.
A informação consta em um telegrama classificado como confidencial, enviado para o governo do Brasil pelo consulado brasileiro em São Francisco, em 26 de maio de 1977.
De acordo com o então cônsul Raul de Smandeck, o plano para destruição mundial, por meio de “guerra revolucionária química-biológica”, foi recebido na representação diplomática “sem maiores esclarecimentos”.
Apesar do conteúdo conspiratório, e das dúvidas sobre o plano, o cônsul pediu a atenção das sobre o assunto.
“Sem entrar no mérito e credibilidade da questão, rogo submeter o assunto, s.m.j., à atenção do Estado Maior das Forças Armadas”, escreveu o responsável pelo consulado brasileiro em São Francisco no telegrama enviado ao Brasil.
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“Plano de guerra Satan”
Na correspondência sobre o assunto, disponível no Arquivo Nacional, o consulado do Brasil nos EUA retransmitiu o conteúdo do documento recebido em 14 páginas.
Denominado “Plano de Guerra Satan”, o arquivo tinha como remetente um homem chamado “Mr. Thompson”, que teria enviado o plano da rua Geary, localizada em São Francisco.
Para atingir a destruição da ordem mundial vigente naquela época, mostram os registros, seriam utilizadas armas químicas e biológicas contra grandes regiões espalhadas pelos sete continentes. O plano cita Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Niterói, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo como alvos.
Os EUA ganharam atenção especial, e seria alvo de uma operação chamada “Stalin”, para o “extermínio completo” do país.

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Agentes letais
Para isso, seis agentes letais seriam disseminados ao redor do mundo: antraz, botulismo, cólera, mormo, melioidose e peste pneumônica. Os mesmo seriam adquiridos, produzidos, e transportados de forma clandestina até os alvos.
A estimativa era de que 500 alvos fossem atingidos pelos ataques ao redor do mundo, provocando mais de 593 mil mortes.
De acordo com o autor do documento, o outono seria o período do ano ideal para o início da operação, preferencialmente em horários de rush durante dias normais de trabalho.
Além do extermínio de grande parte da população mundial, a reviravolta na ordem global o fim da produção nuclear, o confisco de grandes riquezas e o início de uma segregação na população mundial — que seria dividida entre pessoas “desejáveis” e “indesejáveis”.
Apesar do alerta enviado ao governo brasileiro, nenhuma guerra químico-biológica como a descrita no documento aconteceu desde então. Além disso, registros de resposta do Itamaraty, assim como das Forças Armadas Brasileiras, não foram encontrados.