A Comissão de Seleção da ABCAA (Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais) escolheu o filme “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar de 2026. O anúncio foi feito nesta 2ª feira (15.set.2025).
Agora, o longa-metragem concorre com as indicações de outros países para que, então, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pela premiação, selecione quais obras disputarão oficialmente na categoria. A cerimônia do Oscar está marcada para 15 de março de 2026.
Em entrevista ao Poder360, Kleber Mendonça Filho afirmou que a trajetória internacional do longa, que chamou a atenção da crítica em festivais como Cannes e Telluride, poderia ajudar na campanha para que o filme fosse escolhido como o representante do Brasil no prêmio norte-americano.
“Todos os olhos se voltaram para ‘O Agente Secreto’ como um filme muito importante esse ano no cenário internacional. Um ano depois ou meses depois de um outro filme brasileiro ter tido uma carreira de muito prestígio internacional, inclusive ganhando um Oscar, que foi o filme de Walter Salles, ‘Ainda Estou Aqui’, indicado pelo Brasil no ano passado”, afirmou.
“Ainda Estou Aqui” foi a 1ª produção brasileira a ganhar um Oscar. Na premiação de 2025, o longa levou a estatueta de Melhor Filme Internacional. Também foi indicado à categoria de Melhor Filme e teve a atriz Fernanda Torres, que interpreta a personagem principal, Eunice Paiva (1929-2018), indicada à Melhor Atriz.
Leia a entrevista de Kleber Mendonça Filho:
O filme narra a história de um jovem recrutado como informante durante a ditadura militar brasileira (1964-1985), mesclando elementos históricos com suspense. A produção já conquistou reconhecimento internacional no 78º Festival de Cannes, onde recebeu o Prêmio da Crítica. O filme conta com Wagner Moura, Alice Carvalho, Tânia Maria e Carlos Francisco no elenco.
“O Agente Secreto” é uma coprodução brasileira com Alemanha, França e Holanda. Financiado pelo FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), mecanismo gerido pelo Ministério da Cultura em parceria com a Ancine (Agência Nacional de Cinema), o longa teve um orçamento de R$ 28 milhões. A produção deve estrear em 6 de novembro no Brasil.
Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu os integrantes da produção para uma sessão especial no Cine Alvorada. No evento, Lula reforçou a defesa da autonomia econômica e política do país. “Vocês estão aqui para ver o nosso cineasta receber o prêmio ‘Brasil Soberano’”, disse aos jornalistas presentes.
Para um filme nacional ser indicado ao Oscar, ele deve ser selecionado pela ABCAA. Para isso, a produção precisa ter sido lançada no Brasil durante um período pré-estabelecido pela Academia Brasileira de Cinema.
O filme também precisa ter sido exibido pela 1ª vez por ao menos 7 dias consecutivos em um cinema comercial. Além disso, não pode ter sido exibido inicialmente na TV ou em plataformas de streaming.
A produtora é responsável por preencher o formulário de inscrição no site da academia. É necessário enviar a cópia do CPB (Certificado de Produto Brasileiro) dada pela Ancine, além de documentos que comprovem a exibição da obra por 7 dias –como críticas e reportagens.
Feito isso, os filmes são analisados pela Comissão de Seleção. Definido o representante, a Academia Brasileira de Cinema e Artes informa a sua escolha ao comitê de Hollywood. A inscrição na premiação, porém, é de responsabilidade dos produtores do filme escolhido.
Neste ano, além de “O Agente Secreto”, estavam concorrendo: