“O grande propósito é desenvolver novas tecnologias, colocá-las no mercado, levar para um cenário real industrial, para que possamos efetivamente mostrar essas tecnologias em operação”, descreveu.

Indústria 4.0
A indústria do futuro, também conhecida como indústria 4.0, é a que utiliza tecnologias digitais como inteligência artificial (IA), internet industrial das coisas, gêmeos digitais (réplica virtual de um objeto ou sistema), manufatura aditiva (impressora 3D) e realidade aumentada. A diretora regional do Senai, Camila Barreto, aponta que o centro de inovação é um elemento de integração de empresas, universidades e institutos de pesquisa “em torno de soluções para desafios concretos da indústria”. Os industriais poderão também fazer visitas virtuais para acompanhar o desenvolvimento das inovações. Ferramentas de inteligência artificial (IA) acompanharão os processos. Além de criar produtos e tecnologias, o espaço será voltado para “tropicalizar” técnicas estrangeiras, ou seja, adaptá-las ao ambiente das fábricas nacionais. O Senai Park poderá ser acessado por empresas de fora de Pernambuco. Para Oziel Alves, mesmo que a indústria não seja pernambucana, aumenta a chance de novos negócios na região.Projetos de R$ 100 milhões
O espaço de inovação já conta com dois projetos contratados que somam R$ 100 milhões em investimentos, ambos relacionados à transição energética. Um tem como objeto desenvolver a cadeia do hidrogênio verde, um combustível limpo. O segundo trata de produção de baterias de lítio, essenciais para a crescente frota de carros híbridos e elétricos. >>Centro de inovação leva transição energética para dentro da indústria Há a expectativa de captar mais R$ 200 milhões em outros desenvolvimentos. Um desenvolverá sistema de radar para frenagem automática de veículos. Outro, com a petroleira multinacional americana ExxonMobil, envolve drones com funções específicas em plataformas de petróleo em alto-mar. Com o desenvolvimento de tecnologias no Senai Park, as indústrias participam de uma espécie de divisão de riscos, uma vez que não assumem sozinhas todo o processo de inovação, uma vez que já encontram um “berçário” estruturado.Investimento se multiplica
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, classifica o Senai como “o grande pesquisador de tecnologia que nós temos hoje no Brasil”.
O Senai, que também atuará na qualificação de mão de obra, faz parte do Sistema S, entidades mantidas por contribuições de empresas e voltadas para a qualificação profissional e a assistência social. *Repórter e fotógrafo da Agência Brasil viajaram a convite do Senai-PE.“A cada R$ 1 colocado em projetos que buscam a inovação dentro do Senai, devolve R$ 18 para a economia”.