O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 6ª feira (27.jun.2025) não ver “espaço” para novas altas na taxa básica de juros, a Selic. Ele mencionou alguns fatores que contribuiriam para um alívio na condução do indicador.
“Não vejo espaço para aumento da taxa de juros mais. Estamos em um patamar [alto]. A inflação está caindo e o patamar da Selic vai ficar dessa altura quanto tempo?”, declarou em entrevista à GloboNews.
A inflação desacelerou para 5,32% no acumulado de 12 meses até maio. Apesar disso, continua acima do teto da meta estabelecida pelo governo (4,5%).
O juro base está em 15% ao ano. Responsável por definir a taxa, o Banco Central sinalizou que deve manter o indicador nesse patamar em julho.
O órgão eleva os juros na expectativa de controlar a inflação. ao restringir o crédito. Assim, espera conter a alta dos preços pelo lado da demanda.
Um exemplo prático e simplificado é o parcelamento de um carro: com juros altos, a compra fica menos atrativa, o que reduz a procura. Com menos compradores, os vendedores costumam manter ou até baixar os preços para não perder vendas.
Haddad havia dito em 24 de junho que as altas seguidas em 2025 foram “contratadas” por Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central.
À GloboNews, o ministro minimizou as críticas e disse que se atritou poucas vezes com o antigo chefe da autoridade monetária. Mencionou a posição que tinha em 2023, quando a Selic estava em 13,75%.
“Foram poucos momentos em que pontuei questões com o Campos Neto. Quando assumimos, os juros estavam em 13% e alguma coisa. Aí quando a inflação bateu 3%, eu falei: ‘Roberto, não dá, porra’”, declarou.