O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo Ruy Ferraz Fontes disse há duas semanas que vivia sem segurança, sem “estrutura nenhuma” e “no meio” de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi morto na 2ª feira (15.set.2025) por criminosos na Praia Grande (SP), cidade no litoral sul paulista.
“Desde 2002 fui encarregado de fazer investigações relacionadas com o crime organizado, especificamente ao PCC”, disse em entrevista a um podcast, que ainda está em produção, da rádio CBN e do jornal O Globo. “Eu tenho proteção de quem? Eu moro sozinho aqui, eu vivo sozinho na Praia Grande, que é o meio deles. Hoje, eu não tenho estrutura nenhuma”.
Ruy Ferraz Fontes trabalhava como secretário de Administração da prefeitura da cidade desde 2023. Era especializado no combate a facções criminosas, em especial o PCC. Foi o 1º delegado a investigar a atuação do grupo no Estado, quando chefiou a Deic (Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais) em meados dos anos 2000.
Em 2019, o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) identificou que Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola –principal liderança do PCC–, tinha jurado de morte 3 policiais. Um deles era Ruy Ferraz Fontes.
O ex-delegado-geral foi vítima de uma emboscada, depois de uma perseguição de carro. A principal suspeita da polícia é que os criminosos fazem parte do PCC.
Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. O delegado dirigia seu carro em alta velocidade –possivelmente já fugindo da perseguição– e colidiu com um ônibus enquanto tentava fazer uma curva.
Depois da colisão, 3 homens armados com fuzis desceram do veículo que perseguia Fontes. Um deles permaneceu próximo ao carro apontando a arma para outros veículos na rua. Enquanto isso, os outros 2 se aproximaram e executaram o ex-delegado-geral.
O governo de São Paulo criou uma força-tarefa para investigar a morte de Ruy Ferraz Fontes. O governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta 3ª feira (16.set) que está trabalhando “para identificar e prender os criminosos responsáveis, para que sejam exemplarmente punidos pela Justiça, com todo o rigor da lei”.