O promotor Cássio Roberto Conserino, do Ministério Público de São Paulo, apura possíveis conexões entre o Corinthians e o PCC (Primeiro Comando da Capital). A investigação busca esclarecer se os jogadores Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno se hospedaram em um imóvel ligado a José Carlos Gonçalves, o Alemão, apontado como integrante do crime organizado.
A investigação foi ampliada nesta 3ª feira (16.set.2025), depois que o presidente do Conselho Deliberativo do clube prestou depoimento ao MP, segundo informações do site Globo Esporte.
O procedimento investigatório ganhou novos elementos depois que Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, disse ao MP que “o crime organizado se infiltrou” no clube. Segundo seu relato, esta denúncia resultou em ameaças contra ele por conta de sua atuação.
Em manifestações apresentadas no processo, o promotor solicitou explicações aos 3 atletas sobre a possível estadia em um apartamento no bairro Anália Franco, em São Paulo, pertencente a Alemão. Conserino quer saber se o clube intermediou a locação do imóvel.
Os jogadores foram questionados apenas como testemunhas, não havendo, até o momento, qualquer suspeita de envolvimento deles em atividades criminosas.
Esta não é a 1ª vez que o Corinthians é associado ao PCC. Em 2024, o clube foi mencionado em investigação que apontou Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC, como intermediário nas negociações dos atletas Du Queiroz e Igor Formiga. O ex-diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, também indicou ligações entre o clube e o crime organizado no ano passado.
Na 3ª feira (9.set.2025), o Corinthians informou ter iniciado a entrega dos documentos solicitados pelo MP, referentes ao período de 2018 a 2025. A diretoria afirma ter concluído o cumprimento da requisição ao enviar os relatórios de despesas da presidência, após ter apresentado inicialmente apenas as faturas dos cartões corporativos.
O PIC (Procedimento Investigatório Criminal) foi aberto pelo MP em 30 de julho de 2025 para apurar possíveis crimes de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa no Corinthians. A investigação, que começou focada no uso indevido de cartões de crédito nas gestões de Andres e Duilio, expandiu-se para incluir as despesas da presidência e o uso do cartão corporativo durante o mandato de Augusto Melo.
O promotor Conserino já interrogou o atual presidente do Corinthians, Osmar Stabile, e outros dirigentes. Em 21 de agosto, o MP solicitou à Justiça o afastamento dos 3 últimos presidentes do clube, antes da eleição indireta que escolheu Stabile para o mandato-tampão até o final de 2026.
Conserino agendou o depoimento do vice-presidente Armando Mendonça para a próxima 2ª feira (22.set.2025).
O Corinthians ainda não se pronunciou oficialmente sobre as suspeitas de ligação com o PCC.