Na sessão desta terça-feira (12), na Câmara Municipal de Cuiabá, a vereadora Maysa Leão (Republicanos) fez um pronunciamento firme sobre a necessidade de enfrentar, de forma contínua e efetiva, a erotização de crianças e a exploração sexual infantil, problemas que, segundo ela, ainda são tratados com descaso pelo poder público e pela sociedade.
O discurso foi motivado por um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais que expõe a erotização de crianças. Para Maysa, o conteúdo é apenas a “ponta do iceberg” de uma cultura de pornografia e pedofilia que se mantém há décadas.
“Nós tivemos, há dois anos, a visita da advogada doutora Adriana, que denunciou casos de exploração sexual nas ilhas de Marajó e alertou que o mesmo acontece em Mato Grosso. Infelizmente, a exploração sexual e o turismo sexual existem no nosso estado desde que Mato Grosso é Mato Grosso. E muita gente fecha os olhos para essa pauta”, afirmou a vereadora.
Maysa destacou que a erotização nas redes sociais é consequência de um ambiente social permissivo, no qual a objetificação do corpo feminino é constantemente normalizada.
“Enquanto continuarmos tratando como algo banal a veiculação de pornografia, essa realidade não vai mudar. Precisamos agir dentro das escolas para que as crianças saibam identificar a erotização e entendam que isso é violência”, pontuou.
A parlamentar lembrou que, embora campanhas como o Maio Laranja, voltada ao combate ao abuso e exploração sexual infantil, sejam importantes, elas não podem depender exclusivamente da iniciativa de vereadores.
“Existe uma lei aprovada nesta Casa que determina ações durante o ano todo. Eu mesma apresentei e conseguimos aprovar a Lei Quebrando o Silêncio, que leva para dentro das escolas o debate sobre os cinco tipos de violência e incentiva, respeitando a escuta especializada, que crianças peçam socorro”, explicou.
Maysa fez um apelo para que o município avalie a efetividade dos canais de denúncia e melhore a rede de proteção. 
“Nossas crianças estão sendo erotizadas nas redes sociais e estupradas dentro da própria casa, muitas vezes pelos próprios pais biológicos. Não basta dizer que é um absurdo ou que os pais precisam cuidar mais. O que nós, enquanto município, estamos fazendo para mudar essa realidade? Nossas escolas estão realmente preparando essas crianças? Os canais de denúncia funcionam de forma eficaz? Essas respostas precisam ser dadas com urgência”, finalizou a vereadora.