Manejo pré-plantio: estratégias essenciais para uma safra de resultados
Uma safra de sucesso nasce muito antes da primeira semente ser lançada no solo
Uma safra de sucesso nasce muito antes da primeira semente ser lançada no solo O fim de uma safra nunca é realmente o fim para o produtor. Mal os últimos grãos são colhidos, já começa a contagem regressiva para o próximo ciclo. Para a temporada 2025/26, a Conab estima que o Brasil deve expandir sua área de soja em 2,3% e de milho em 1,6%, consolidando a posição do país como um dos maiores exportadores mundiais de grãos. No entanto, alcançar números expressivos não depende apenas de clima favorável ou da genética das sementes: tudo começa no pré-plantio. Essa etapa estratégica garante que o solo, a lavoura e até a gestão da fazenda estejam preparados para suportar os desafios da safra.
O que é o pré-plantio e por que ele é decisivo? O pré-plantio é o período de preparação da lavoura antes da semeadura. Ele envolve desde o planejamento administrativo e logístico, passando pela correção do solo e adubação, até práticas de manejo sanitário e avaliação climática. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});É nele que o produtor toma decisões que impactam diretamente:
A produtividade (quantos sacos por hectare serão colhidos);
O custo da lavoura (otimizando uso de insumos e operações);
A sanidade das plantas (reduzindo a pressão de pragas e doenças);
A sustentabilidade do sistema produtivo (preservando o solo para os próximos anos).
Etapas essenciais do pré-plantio 1. Planejamento da safra O pré-plantio começa no escritório, não no campo. Um bom planejamento envolve:
Levantamento de recursos: maquinário disponível, estoque de insumos, condições financeiras.
Definição de culturas: escolha da rotação (soja-milho, soja-algodão, milho-crotalária, entre outras).
Orçamento e cronograma: calcular custos e prazos, considerando períodos críticos como o vazio sanitário.
Análise de risco: simular cenários de mercado, crédito e clima.
Hoje, plataformas digitais de gestão agrícola auxiliam produtores a cruzar dados de produtividade, custos e previsões climáticas, permitindo decisões mais assertivas. 2. Diagnóstico do solo Antes de qualquer adubação, é indispensável conhecer a “saúde” do solo. Isso é feito por meio de análises químicas, físicas e biológicas.
Física: compactação, textura (argila, areia, silte), capacidade de infiltração de água.
Biológica: presença de microrganismos benéficos, matéria orgânica.
A partir dos resultados, definem-se:
A quantidade de calcário ou gesso para correção do pH.
O parcelamento da adubação de base.
A necessidade de adubação verde para melhorar a estrutura do solo.
3. Correção e preparo do solo O manejo depende do sistema adotado:
Plantio direto: menor revolvimento do solo, exige boa palhada e controle antecipado de plantas daninhas.
Cultivo mínimo: operações leves de gradagem ou escarificação.
Convencional: aração e gradagem mais intensas, que ainda têm espaço em algumas regiões.
O cuidado principal é evitar a compactação e o uso excessivo de insumos. O equilíbrio garante produtividade sem degradar o ambiente. 4. Adubos verdes e culturas de cobertura O uso de adubos verdes ganhou ainda mais destaque em 2025, não só pelo benefício agronômico, mas também pelo papel na sustentabilidade. Benefícios diretos:
Reciclam nutrientes.
Aumentam a matéria orgânica.
Melhoram a infiltração e retenção de água.
Formam palhada para o plantio direto.
Reduzem a pressão de nematoides (caso da crotalária).
Podem diminuir a necessidade de adubação nitrogenada, especialmente com leguminosas.
Exemplo prático: produtores que usam braquiária no pré-plantio da soja têm relatado até 12% de aumento na produtividade, graças ao melhor aproveitamento de água e nutrientes. 5. Dessecação antecipada A dessecação deve ser feita cerca de 30 dias antes da semeadura. Objetivos:
Eliminar plantas daninhas.
Evitar competição inicial.
Facilitar a operação de semeadura.
Aumentar o controle de espécies resistentes.
Em áreas de vazio sanitário, a dessecação está diretamente ligada ao cumprimento das normas fitossanitárias.
6. Vazio sanitário O vazio sanitário é um período obrigatório, que varia de 30 a 90 dias dependendo da região e da cultura.
Culturas como soja, feijão e algodão exigem atenção especial. O objetivo é interromper o ciclo de pragas e doenças, principalmente a ferrugem asiática. Além de proteger a lavoura, o produtor que respeita o vazio sanitário evita multas e penalidades aplicadas pelos órgãos estaduais.
7. Monitoramento climático: o fator mais imprevisível O clima continua sendo o maior desafio. Para a safra 2025/26, os meteorologistas apontam:
Neutralidade climática após o enfraquecimento do El Niño.
Sul: risco de irregularidade nas chuvas.
Nordeste: expectativa de precipitações mais consistentes.
Centro-Oeste e Sudeste: região de transição, com possibilidade de veranicos.
Além das previsões de curto prazo, é importante acompanhar fenômenos como El Niño, La Niña e neutralidade, que impactam todo o ciclo produtivo. Hoje, produtores contam com aplicativos, imagens de satélite e alertas do Inmet, Embrapa e Climatempo para ajustar operações em tempo real. O pré-plantio é a fase estratégica da safra. Planejar com antecedência, corrigir o solo adequadamente, investir em culturas de cobertura, respeitar o vazio sanitário e acompanhar o clima são passos fundamentais para garantir produtividade e rentabilidade em 2025/26. Escrito por Compre RuralVEJA MAIS: