Um dia depois de ser alvo de operação de busca e apreensão da PF (Polícia Federal) na 4ª feira (20.ago.2025), o pastor Silas Malafaia disse na 5ª feira (21.ago) que, se tivesse medo de ser preso, teria ficado em Portugal e que não vai parar de criticar a conduta do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Malafaia foi abordado por agentes federais no aeroporto do Galeão (RJ) logo depois de retornar de uma viagem a Lisboa (Portugal). Foi conduzido às dependências da PF no local, onde prestou depoimento.
Na 5ª feira (21.ago), Malafaia declarou que não tem medo de ser preso, disse considerar não haver crime algum pelo qual deva responder e criticou a atuação de Moraes.
“Como é que eu posso ter um passaporte apreendido sob perigo de fuga se eu volto para cá? Acha que eu vou fugir? Isso é uma covardia, sabe? Isso é coisa de ditadores apreender um passaporte de uma pessoa que não tem crime nenhum, que não foi indiciada, que está sendo investigada e que eu voltei do exterior”, disse o pastor à CNN Brasil.
“Eu espero qualquer coisa agora. Eu não tenho medo dele e não vou parar de denunciá-lo. E pode ter certeza que esse é o princípio do fim desse ditador, pelas vias legais ou pela justiça divina. Pode anotar o que eu estou falando.”
A operação contra Malafaia foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que apura a tentativa de obstrução do julgamento de Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado em 2022. Leia a íntegra da decisão de Moraes (PDF – 1.281 KB).
O pastor teve o celular apreendido, está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados na ação, como o ex-presidente e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Na decisão em que determinou a busca e apreensão e as medidas cautelares contra Silas Malafaia, Moraes afirma que o pastor atuou em conjunto com Bolsonaro e Eduardo para divulgar “narrativas inverídicas” e coordenar ações destinadas a impedir a atuação de ministros do STF.
A investigação da PF inclui ainda trocas de mensagens entre o ex-presidente e o pastor, nas quais Malafaia sugeriu a Bolsonaro que condicionasse a suspensão do tarifaço dos Estados Unidos à obrigatoriedade da anistia para todos os acusados de tentativa de golpe de Estado. Nas conversas, o pastor orienta Bolsonaro a intensificar as ameaças de sanções a ministros do STF.
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