O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a isenção de imposto para 10 alimentos na busca de tentar controlar os preços do grupo. Apesar do incentivo, a importação de 6 dos produtos zerados caiu na comparação anual.
O levantamento foi realizado com dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Compara-se o valor em dólares das importações no período de março (mês do início da isenção) a junho de 2024 e de 2025.
Dos 6 alimentos que diminuíram as importações, destaca-se o azeite de oliva extra virgem. Passou de US$ 263 milhões para US$ 161 milhões –retração de 39% em 1 ano.
A importação de carne bovina desossada caiu 22%. Outro destaque são as massas alimentícias, com uma redução de 11%.
Apesar de terem apresentado queda, itens como sardinha em conserva e açúcares de cana têm um valor importado muito baixo na comparação com o montante global.
Cada um tem próximo ou menos de US$ 1 milhão em compras pelos brasileiros. Nesse caso, uma mudança mínima no montante já representa uma variação significativa.
O fato de as importações do produto serem baixas já mostra o efeito marginal da medida de Lula como tentativa de baratear os alimentos.
Dos 4 alimentos com aumento nas importações, o maior destaque é o milho. Passou de US$ 42,4 milhões para US$ 72,1 milhões e teve uma alta de 70,3%.
O grão era enxergado por integrantes do governo como a isenção mais promissora para aliviar o preço das comidas. O produto é utilizado para produzir ração de animais. Se ficasse mais barato, o agronegócio gastaria menos para manter os animais antes do abate. A queda seria sentida pelo consumidor.
O café não torrado em grão teve o salto mais expressivo. A importação desse item era próxima de zero de março a junho de 2024. Disparou para US$ 26,7 milhões.
Ocorre que o café já é um produto amplamente produzido pelo Brasil. Apesar do aumento, a entrada do item no país, a parcela é mínima em relação ao mercado interno.
Ao considerar a massa (peso), as importações retraíram para metade dos alimentos zerados por Lula.
O milho é novamente um destaque. Eram 243 milhões de kg de março a junho de 2024. Passou para 387 milhões de kg no mesmo período deste ano.
Os 10 alimentos zerados por Lula representam menos de 1% do total importado pelo Brasil de março a junho de 2025. São só 0,4% do total em dólar. Em kg, equivalem a 0,8%.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu 0,18% em junho para os itens de alimentação em domicílio. O indicador mede de forma abrangente quanto o custo dos produtos variou em 1 mês.
A retração em junho foi a 1ª observada para os alimentos desde agosto de 2024. Lula se comprometeu a reduzir o custo da alimentação. É um índice importante para a popularidade do presidente.
Leia abaixo como se comportou o IPCA do grupo (clique aqui para abrir em outra aba):