O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na manhã desta 4ª feira (18.jun.2025) em Brasília depois de participar da Cúpula do G7 em Kananaskis, no Canadá. Agora, soma 116 dias fora do Brasil desde o início do 3º mandato, iniciado em janeiro de 2023.
Lula foi convidado pelo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (Partido Liberal, centro-esquerda), para o encontro do grupo que reúne os 7 países mais industrializados do mundo.
A comitiva reduzida que acompanhou o presidente não contou com a presença da primeira-dama, Janja da Silva. Segundo a assessoria, ela ficou em Brasília para ter “reuniões internas” sobre as agendas nacionais e a COP30.
Além do Brasil, foram convidados para a cúpula do G7: África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, México e Ucrânia. Foi a 9ª participação de Lula em encontros do grupo nos 11 anos à frente do Palácio do Planalto.
Lula teve apenas 1 reunião bilateral durante a ida ao Canadá, com Mark Carney, premiê canadense. Teria encontros com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, mas ambos foram desmarcados. Também não conseguiu se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano).
Um dos principais objetivos do governo brasileiro na participação do G7 era disseminar pautas ambientais e angariar apoio para a COP30, evento da ONU (Organização das Nações Unidas) para debater as mudanças climáticas.
O presidente brasileiro confirmou nesta 3ª feira que o premiê canadense comparecerá ao evento realizado em Belém (PA), durante o mês de novembro.
Apesar dos esforços, é possível inferir que a participação do Brasil na Cúpula do G7 foi “zero a zero”. As agendas ambientais -foco de reuniões do evento- foram discutidas, principalmente na sessão ampliada.
Como mostrou o Poder360, em 8 participações, Lula não fechou acordos bilaterais, o que não é foco da cúpula. O petista manteve reuniões com líderes dos 7 países do grupo –Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mas falhou em conseguir incluir sugestões nas declarações finais da cúpula.
Desde sua 1ª participação, em 2003, na França, o líder brasileiro criticou o que considera ser a exclusão de economias emergentes dos principais debates globais. Essa foi a 9ª participação em encontros do grupo nos 11 anos à frente do Palácio do Planalto.
Os desafetos do petista com o grupo se estendem desde a 1ª participação. Nesta, defendeu a extinção do G7 para que exista só o G20. Diz desde 2003 que participa por se recusar a faltar a “festa dos ricos”.
“O G20 eu acho que tem mais importância, tem mais densidade humana, tem mais densidade econômica”, afirmou o petista na última 2ª feira (16.jun) ao desembarcar em solo norte-americano.
Lula fez questão de reafirmar seu posicionamento contra todos os conflitos bélicos atualmente ativos, como na Faixa de Gaza e os recentes ataques de Israel e Irã.
Apesar disso, manteve a posição em relação à condenação das ações de Israel contra a Palestina. Em discurso da sessão ampliada do G7, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que os ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um “único campo de batalha, com consequências inestimáveis”.
Em seu discurso, o chefe do Executivo brasileiro criticou os países que não reconhecem o Estado palestino. Segundo ele, isso “evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça”. Antes, Lula disse que, “em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.