O presidente de Taiwan, Lai Ching-te (DPP, centro), cancelou viagem que faria à Guatemala, Belize e Paraguai no início de agosto. Segundo o jornal norte-americano Financial Times, o motivo seria a não autorização do governo dos Estados Unidos a fazer duas escalas –Nova York e Dallas– no país durante a viagem.
Os 3 países que Ching-te visitaria fazem parte de um seleto grupo de 12 nações que reconhecem Taiwan como um território independente da China. A ideia era fortalecer esses laços.
O veto à ida de Ching-te a territórios norte-americanos, mesmo que como uma escala e sem cerimônias oficiais, se dá em um momento em que a Casa Branca e a China se concentram em reduzir as tensões causadas pela guerra comercial.
Representantes comerciais dos 2 países se encontraram na Suécia nesta semana para uma 3ª rodada de negociações sobre as tarifas. As partes estenderam a trégua de 90 dias que reduziu as barreiras comerciais que superavam mais de 100% de ambos os lados.
Uma visita do líder taiwanês aos EUA poderia elevar os ânimos, pois a China proíbe que qualquer país tenha relações diretas com o governo de Taiwan sem o consentimento chinês.
Nesta 4ª feira (30.jul.2025), um porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado –órgão que cuida dos assuntos relacionados à província– foi perguntado sobre a reportagem e a negativa dos EUA ao desembarque de Ching-te.
A resposta foi que o governo chinês é contra qualquer “interação oficial” entre Taiwan e os EUA.
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan negou que uma viagem para a América Latina estivesse programada “em um futuro próximo”.
“Não houve adiamento, cancelamento ou qualquer negação de permissão para o trânsito por parte dos EUA”, disse o porta-voz taiwanês.
Em 15 de julho, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, disse que o país estava se preparando para receber o presidente de Taiwan em agosto.