• Sexta-feira, 4 de julho de 2025

Leite de caixinha: o que realmente está por trás?

O fato é que o chamado leite UHT (Ultra High Temperature), ou longa vida, é fruto de uma combinação precisa entre ciência, tecnologia e rigorosos padrões de higiene

O fato é que o chamado leite UHT (Ultra High Temperature), ou longa vida, é fruto de uma combinação precisa entre ciência, tecnologia e rigorosos padrões de higiene Você provavelmente já se questionou ao ver uma caixinha de leite no mercado com validade de até quatro meses: “Como isso é possível? Será que tem algum produto químico aí dentro?”. Essa dúvida é comum e alimenta boatos — muitos deles infundados — justamente porque há um desconhecimento generalizado sobre como esse tipo de leite é produzido. O fato é que o chamado leite UHT (Ultra High Temperature), ou longa vida, é fruto de uma combinação precisa entre ciência, tecnologia e rigorosos padrões de higiene. Não há espaço para mitos quando se entende o processo por trás da caixinha.
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    Leite UHT: o que é e como funciona? O leite longa vida passa por um tratamento térmico intensivo e rápido. Ele é aquecido a cerca de 130 °C por um período curtíssimo — de 2 a 4 segundos — e imediatamente resfriado para menos de 32 °C. Essa etapa, chamada de ultrapasteurização, elimina micro-organismos que causariam a deterioração do produto. O diferencial está também na forma de envase: o leite é embalado em condições assépticas, ou seja, em um ambiente estéril e protegido contra qualquer tipo de contaminação. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Esse processo, que parece simples, é resultado de décadas de pesquisa e aperfeiçoamento industrial. O leite não recebe conservantes. O segredo da durabilidade está na combinação entre o choque térmico e a embalagem especial, composta por camadas que bloqueiam luz, ar e umidade. Do campo à caixinha: etapas da produção A produção do leite UHT segue um caminho minucioso, que começa nas fazendas e termina nas prateleiras dos supermercados:
  • Coleta e transporte: O leite é recolhido de propriedades rurais e levado em tanques refrigerados até a indústria, onde passa por testes que garantem a ausência de substâncias proibidas, como antibióticos, além de verificar sua qualidade microbiológica.
  • Filtragem e homogeneização: Após a triagem, o leite é filtrado e homogeneizado, um processo que quebra as partículas de gordura, tornando o produto mais uniforme e evitando a separação de fases.
  • Aquecimento UHT: Essa é a etapa crucial em que o leite é submetido à alta temperatura por poucos segundos, eliminando bactérias e prolongando a validade do produto sem comprometer seu valor nutricional.
  • Envase estéril: Com o leite já tratado, ele é transferido para embalagens multicamadas, em ambiente controlado, que impedem qualquer nova contaminação.
  • Distribuição: Selado e empacotado, o leite está pronto para ser distribuído e armazenado fora da geladeira, desde que permaneça fechado.
  • Leite pasteurizado x leite UHT: qual é a diferença? Ambos os tipos de leite passam por processos térmicos, mas com intensidades diferentes. No caso do leite pasteurizado, o aquecimento é mais suave — cerca de 72 °C a 85 °C — e dura um pouco mais, de 15 a 30 segundos. Essa técnica também elimina patógenos, mas o produto final precisa ser mantido refrigerado e consumido rapidamente. O envase do leite pasteurizado acontece em ambientes limpos, mas não necessariamente estéreis como no leite UHT. Por isso, o leite pasteurizado tem vida útil menor e requer refrigeração constante, desde a indústria até o consumo. Conservantes? Nem pensar Uma das dúvidas mais comuns gira em torno do uso de conservantes no leite de caixinha. A resposta é simples: eles não são utilizados nem permitidos. O que pode ocorrer, em casos específicos, é a adição de estabilizantes como fosfatos — mas apenas antes do aquecimento. Eles têm a função de manter a integridade das proteínas do leite durante o processo térmico, especialmente em leites com menor qualidade inicial. Esses aditivos não oferecem risco à saúde e são regulados por normas sanitárias rigorosas. Em leites com baixa contagem de células somáticas e alta qualidade microbiológica, o uso de estabilizantes geralmente nem é necessário. O leite UHT não é um produto misterioso nem “modificado demais”. Ele é o resultado de processos tecnológicos padronizados e seguros, que visam entregar ao consumidor um alimento estável, nutritivo e prático. A durabilidade estendida é uma conquista da engenharia de alimentos e não um sinal de adição de substâncias suspeitas. Entender como funciona a cadeia de produção do leite longa vida é fundamental para combater desinformações e tomar decisões mais conscientes na hora de escolher o que vai para a sua mesa. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
    Por: Redação

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