• Quinta-feira, 19 de junho de 2025

“Intento golpista” de Bolsonaro estava presente desde 2021, diz PF

Relatório da corporação afirma que Braga Netto liderava grupo que pretendia descredibilizar as urnas eletrônicas.

Relatório da PF (Polícia Federal) enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 4ª feira (18.jun.2025) afirma que o “intento golpista” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já estava “presente nos eventos de 7 de setembro de 2021″.

As conclusões da corporação são baseadas em trocas de mensagens obtidas a partir de novos dados extraídos do celular do coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, que foi assessor-chefe de Comunicação Social da Casa Civil durante a gestão do general Walter Braga Netto, vice de Bolsonaro em 2022.

Segundo as investigações, o general era líder de um grupo (entenda mais aqui) composto por 6 pessoas que tinha como objetivo descredibilizar as urnas eletrônicas.

Naquele ano, no evento do 7 de setembro, Bolsonaro fez um discurso inflamado com críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes. Na ocasião, também criticou a segurança das urnas eletrônicas e pediu “eleições auditáveis“.  Segundo a PF, o grupo estava preparando o terreno para as eleições.

O relatório cita uma conversa pelo WhatsApp entre Braga Netto e Mauro Cid em que, segundo a PF, mostra que os réus tinham conhecimento da “gravidade dos fatos” que viriam a ser “executados com o objetivo de subverter o regime democrático”.

A conversa tratou de uma carta à nação, divulgada no dia 9 de setembro de 2021 por Bolsonaro, para tentar minimizar as declarações contra o STF e Moraes no 7 de setembro.

“Referindo-se à carta publicada pelo então presidente Jair Bolsonaro após o 7 de setembro de 2021, Mauro Cid escreve: PR [Bolsonaro] apanhando muito. Tomara que não venham migalhas. Já vi esse mesmo filme 2 vezes. E o PR ficou chupando dedo”. Em resposta, Braga Netto diz: “Você me falou. Mas agora nós podemos virar a mesa porque ele fez tudo para apaziguar [a relação com o STF], diz trecho do relatório.

No mesmo diálogo, segundo a PF, Braga Netto sinalizou a tentativa de “ruptura institucional”. “Se não cumprirem, ele abre o jogo e viramos com ele. Os Cmts [comandantes] estão cientes. Ele vai para mídia conta o combinado e rompemos”, afirmou o general.

Por: Poder360

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