Um novo relatório da PF (Polícia Federal) enviado nesta 4ª feira (18.jun.2025) ao STF (Supremo Tribunal Federal) afirma que um grupo liderado pelo general Walter Souza Braga Netto –réu na ação penal por tentativa de golpe de Estado– tentou ter acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
As conclusões da corporação são baseadas em trocas de mensagens obtidas a partir de novos dados extraídos do celular do coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, que foi assessor-chefe de Comunicação Social da Casa Civil durante a gestão de Braga Netto.
“A análise dos dados do telefone celular apreendido em poder de FLÁVIO PEREGRINO identificou que o investigado, em troca de mensagens com um jornalista, admitiu que teria tido acesso ao conteúdo do acordo de colaboração premiada firmado pelo réu MAURO CESAR BARBOSA CID”, diz um trecho do documento da PF.
A troca de mensagens entre o jornalista e Botelho teria se dado em 26 de novembro de 2024. Em dezembro, Braga Netto foi preso no Rio de Janeiro por, segundo a PF, atuar para obter informações sobre a delação premiada de Cid –que também é réu na ação sobre a tentativa de golpe– e por isso teve a prisão solicitada pela corporação.
“Os dados analisados demonstram que os integrantes da organização criminosa atuaram para obter o conteúdo do acordo de colaboração premiada firmada por MAURO CESAR CID com a Policia Federal”, diz outra parte do relatório.
O grupo ao qual a PF se refere teria atuado para descredibilizar as urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
À época, segundo o documento, foi criado um grupo no WhatsApp denominado “Eleições 2022@”, composto por 6 pessoas. O grupo teria atuado na produção e revisão de um documento com informações falsas sobre fraude nas urnas, que seria enviado ao então ministro da Defesa Paulo, Sergio Nogueira, e apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para sustentar que seria possível interferir nos resultados.
Fazem parte do grupo: