• Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

“Índice de angústia” da economia é o mais baixo desde 2002, diz BC

Índice que mede a relação entre desemprego e inflação é o mais baixo há mais de duas décadas, segundo diretor de política monetária do BC

O diretor de política monetária do (BC), Nilton David, afirmou nesta quinta-feira (9/10) que o Índice de Angústia, relação entre desemprego e inflação, é o menor desde 2002, motivado pelo aquecimento do mercado de trabalho e da queda da desocupação. Ele participou de um evento promovido pela Câmara Espanhola, em São Paulo. David explicou que a atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado nos últimos anos, surpreendendo os economistas e o mercado. Apesar disso, segundo ele, a partir de agora, o crescimento deve ser mais moderado. Para o diretor do BC, caso a atividade econômica continue a crescer acima do seu potencial, não existe possibilidade de levar a inflação para a meta, uma vez que existirá pressão nos preços. Inflação na meta e taxa Selic Ele disse, ainda, que o Banco Central tem certo incômodo com as expectativas de inflação fora da meta, e que o Comitê de Política Monetária () entende que a taxa de juros atual, de 15% ao ano, é suficiente para trazer a inflação para a meta, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Leia também David explicou, também, que o cumprimento da meta de inflação não é uma escolha, mas uma lei, assim como o zelo pela política monetária e pela manutenção do emprego. O diretor afirmou que o colegiado não tem “nenhum prazer” em manter a taxa Selic em níveis elevados e que o banco entende que os juros no Brasil estão altos. “O passar do tempo, com os juros percebidos como apertados por todos, inclusive pelo Banco Central, também é um incômodo. O Banco Central não tem nenhum prazer em manter juros apertados”, expôs David. Nível de incerteza Questionado sobre os comunicados e atas do comitê que sempre relatam um “nível de incerteza”, David respondeu que a única certeza que o colegiado pode ter é a incerteza que tem atingido o mundo inteiro. Para exemplificar, ele citou as tarifas impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, , e o encontro esperado entre o líder norte-americano e o presidente (PT). David avalia que existe certa humildade em perceber que não é possível prever os próximos passos, e é preciso ter responsabilidade para estar atento aos movimentos, e olhar com “lupa” para os dados já apresentados.
Por: Metrópoles

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